Política

Vereadores de Alcinópolis-MS podem ir a júri por assassinato do presidente da Câmara

16 FEV 2012 • POR Reprodução • 12h19
Câmara municipal de Alcinópolis, no interior de MS

Após a Justiça receber denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), três vereadores de Alcinópolis (MS) vão responder pelo assassinato do presidente da Câmara Municipal, o vereador Carlos Antônio Carneiro. Ele foi executado na avenida Afonso Pena, em Campo Grande, no dia 26 de outubro de 2010.

A denúncia dá conta de que os vereadores Eliênio Almeida de Queiroz (PR), Valter Runiz Dias de Souza (PR) e Valdeci Lima de Oliveira (PSDB) foram os responsáveis por "organizar" a morte de Carlos Antônio. Os três chegaram a ser presos em julho deste ano, sendo soltos em 12 de agosto.

O prazo determinado pelo juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri, Aluízio Pereira dos Santos, é de dez dias para apresentação de defesa preliminar. Após, serão realizas as audiências com testemunhas de defesa e acusação, além de interrogatório dos réus. Por fim, o magistrado decide se manda os acusados a júri popular.

Os três vereadores foram denunciados por homicídio com motivo torpe e emboscada. Na denúncia, o promotor Douglas Oldegardo dos Santos cita a disputa política no município, já que a vítima fazia parte do grupo político de oposição.

Com a morte do vereador, Valter foi eleito presidente e o suplente Valdeci assumiu, dando maioria na Câmara ao prefeito.

Prefeito
Manoel Nunes da Silva (PR), que foi afastado da prefeitura de Alcinópolis após ser preso acusado de envolvimento no crime, também responde na Justiça pela morte. Pelo cargo, ele tem foro privilegiado, portanto, todo o processo corre no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ/MS).

A denúncia foi aceita no mês passado pelo tribunal. A defesa do prefeito afastado vai recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para anular a denúncia por envolvimento na morte do vereador. O comando do município foi assumido pelo vice Alcino Carneiro (PDT), que é pai do vereador assassinado.

Assassino
Após o assassinato do vereador, Irineu Maciel foi preso em flagrante por policiais civis que passavam próximo ao local, em Campo Grande. Ele foi levado até a avenida na garupa da moto de Aparecido Souza Fernandes, de 35 anos.

Na delegacia, Maciel relatou que o crime foi intermediado pelo seu cunhado Valdemir Vansan. A morte do vereador teria sido contratada por uma terceira pessoa, cujo nome não foi revelado. Valdemir foi preso horas depois do assassinato.

Ainda na delegacia, o pistoleiro disse que receberia R$ 20 mil, sendo R$ 3 mil adiantados, pelo crime e que o revólver calibre 38 lhe foi entregue pelo cunhado.

Em interrogatório diante do juiz, Irineu deu uma nova versão para o crime. De acordo com ele, o motivo foi vingança porque o vereador o teria humilhado. O pistoleiro também afirmou ser dono da arma utilizada na execução. Irineu e Valdemir vão a júri popular no dia 24 de fevereiro.