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Caso Mayana: acusados de matar jovem há quase dois anos vão hoje a júri popular

29 FEV 2012 • POR Reprodução • 12h53
Os réus no início do julgamento

Começou nesta quarta-feira (29) o júri popular de Anderson de Souza Moreno e Willian Jhony de Souza Ferreira, acusados de matar Mayana de Almeida Duarte durante disputa de racha, há um ano e oito meses.

Amigos da jovem compareceram em peso no julgamento, que também atraiu a viúva de um motociclista morto em um acidente que envolveu Anderson quando ele ainda era menor de idade. Todos esperam a condenação dos réus, para que sirva de exemplo aos outros motoristas. Antes de entrar na 2ª Vara do Tribunal do Júri, onde é proibido manifestações como cartazes e camisetas, um grupo de dez amigas vestia uma camiseta preta com a foto de Mayana e a seguinte frase: “Trânsito para conduzir vidas, não para matar sonhos”.

Mayana e uma amiga, Pollyana Caetano, de 22 anos, que também acompanha o julgamento, estavam em um bar na avenida Afonso Pena. “Meu pai teve um sonho e pediu que voltasse. A Mayana me deixou em casa. Só fiquei sabendo do acidente às 6h da manhã, por um amigo”, relata.

O acidente foi em junho de 2010, no cruzamento das ruas José Antônio com a Afonso Pena, em Campo Grande. De acordo com a acusação, os dois réus disputavam um racha na avenida Afonso Pena, sentido bairro/centro.

Anderson, com um Vectra, à 110Km/h, passou à frente de William, que conduzia um Fiat Uno. No cruzamento com a rua José Antônio, o Vectra bateu no Celta dirigido por Mayana. Testemunhas disseram que ele passou no sinal vermelho. Ele estaria embriagado.

Mayana foi levada em estado grave para o hospital e morreu 10 dias depois. Anderson está preso. William, em liberdade. Anderson respondeu ao processo inicialmente em liberdade, mas, depois foi flagrado dirigindo na contramão, mesmo estando com a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) suspensa.

A prisão foi decretada no dia 2 de março de 2011 e se entregou na delegacia 12 dias depois. Hoje, a defesa de Anderson pede que o crime passe de homicídio doloso para culposo. A pena para o segundo caso é menor e a pena é definida pelo juiz, sem júri popular. Já a defesa de Willian Jhony quer julgamento em separado.

O julgamento
Quatro mulheres e três homens vão definir o destino dos réus. O júri também é acompanhado pela recreadora Eliane Pimentel de Melo, de 37 anos. Ela é viúva do motociclista Wadir Ferreira, que morreu em 10 de janeiro de 2007. Ela lembra que o acidente até hoje deixa saudades e tristezas para a família. “Minha filha mais nova teve que fazer tratamento psicológico”, conta.