Opinião

Sindicatos são os legítimos representantes dos trabalhadores

7 MAI 2018 • POR Pedro Lima • 09h20
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O Brasil passa por uma série de transformações políticas, econômicas e sociais, de dimensões gigantescas que já influenciam de diversas formas a vida de todos nós. No campo profissional, a recém aprovada reforma trabalhista, em novembro do ano passado, deverá provocar situações irreversíveis, arrasadoras na vida dos trabalhadores.

Diante dos inúmeros fatos registrados no país (impeachment, Operação Lava Jato, prisões, ações do STF, STJ, escândalos de corrupção em todos os níveis e poderes...) a reforma trabalhista acabou passando e está em vigor em favor da classe empresarial e para acabar de vez com a vida (conquistas e direitos) dos trabalhadores brasileiros.

A armação foi tão bem feita que atingiram até a principal força dos trabalhadores: o seu sindicato. Com o fim da Contribuição Sindical muitas entidades passam por dificuldades para manter convênios e serviços prestados tanto ao sindicalizado como a seus familiares.

Não há como negar a importância dos sindicatos na luta em defesa dos interesses dos profissionais de todas as áreas. Se existem pisos salariais, abonos, carga horária reduzida e tantos outros benefícios inseridos nas Convenções Coletivas de Trabalho, em grande parte se deve à luta sindical travada a duras penas com a classe patronal, que em sua maioria é egoísta e até desumana, quando suga o trabalho de seus profissionais sem retribuir com a devida e justa remuneração pelos serviços prestados.

Também não aceitamos o que muitos estão tentando fazer por intermédio de publicações de artigos, entrevistas e outros meios, dizendo que o movimento sindical é desnecessário como instrumento de luta e defesa dos interesses das categorias profissionais.

Oportuno também lançar um desafio ao próprio trabalhador, para que ele procure, pessoalmente, conhecer o que seu sindicato faz, como atua e o que tem conquistado ao longo de sua existência em benefício da categoria. Fazendo isso e não se deixando levar por opiniões alheias e desinformadas, cada cidadão terá as informações corretas sobre o seu sindicato e só então poderá tomar suas decisões.

Podemos, entretanto, aqui afiançar, que a maioria dos sindicatos sul-mato-grossenses é formada por lideranças idôneas que dão sangue, suor e lágrimas pela categoria e não foram poucas as vezes que muitos enfrentaram as situações mais críticas e perigosas, para garantir reconhecimento profissional daqueles a quem representam.

E insistimos: Grandes poderios econômicos brasileiros, que sustentam deputados e senadores no Congresso Nacional e nos Estados querem acabar com a força dos sindicatos, que são os legítimos representantes e defensores dos trabalhadores brasileiros. Fazem isso para poder colocar o trabalhador no cabresto, pagando o que bem entendem por horas e horas de trabalho sem justa remuneração.

Trabalhadores! Acordem! Não façam o jogo patronal, que incentiva um afastamento cada vez maior de seu sindicato. E lembre-se: se você ajudar a acabar com os sindicatos, quem vai defendê-lo amanhã?

 

Pedro Lima é Presidente da Federação dos Trabalhadores no Comércio e Serviços de Mato Grosso do Sul – Fetracom/MS e presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Dourados - Secod