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AF 447 caiu após falhas técnicas e humanas, aponta relatório final

5 JUL 2012 • POR Reprodução • 10h59
Alain Bouillard, do BEA, apresenta o relatório final sobre o acidente do voo 447 nesta quinta-feira (05) em Paris

O acidente do voo AF 447 da Air France, entre Rio de Janeiro e Paris, que matou 228 pessoas em 2009, se deveu a uma combinação de erros humanos e falhas técnicas nos sensores de velocidade do avião, segundo o relatório final sobre o caso divulgado na manhã desta quinta-feira (5) em Paris pelo BEA (Escritório de Investigação e Análises), órgão francês encarregado das investigações.

Conforme o diretor do órgão, Jean Troadec, os pilotos não entenderam que o avião entrou em situação de estol (perda de sustentação) e que o avião caía. Ele afirmou ainda que, nos momentos finais, era praticamente impossível reverter a queda.

O BEA elencou uma sequência de fatores contribuíram para a queda: a incoerência nas informações de velocidade, ocorrida devido ao congelamento dos sensores pitot, provocou a queda do piloto automático. Em seguida, a tripulação não entendeu o que o que ocorria com o Airbus e tomou uma atitude errada, levando à queda da aeronave no Oceano Atlântico. Eles não haviam sido treinados para atuar na situação de perde de informações e de pilotagem manual em alta altitude.

A investigação conclui que o sistema de automatismo do Airbus e falhas no treinamento e no gerenciamento da tripulação na cabine contribuíram para o acidente.

Conforme o investigador do caso, Alain Boillard, o BEA fez 25 recomendações para tentar evitar acidentes semelhantes, entre eles para melhorar a coordenação dos pilotos em momentos de crise, o treinamento e no simulador da Airbus, "para ficar mais realista".

Outra recomendação é para a Airbus "reveja a lógica do sistema de controle da aeronave". Isso porque os piloto não entenderam que o avião estava caindo porque estavam em uma forma de controle sem proteção contra perda de sustentação.

O BEA também recomendou mudanças no controle do tráfego aéreo brasileiro e na coordenação de resgate em caso de acidentes no Oceano Atlântico.

O relatório foi também divulgado primeiramente para os parentes de vítimas antes da divulgação pública.

Via G1