Tecnologia

Projetos sociais deslancham com financiamento coletivo

10 JUL 2012 • POR Reprodução • 10h26

A quadra esportiva está pronta e os técnicos e educadores estão a postos, faltam bolas, raquetes e tatame para que as crianças do abrigo comecem a brincar. Para dar início a esse jogo, organizações sociais têm recorrido ao "crowdfunding" (financiamento coletivo), para captar recursos e sensibilizar internautas para a causa.

Iniciativas como essa são conhecidas dos internautas - há sites para arrecadar fundos para desenvolver produtos, patrocinar shows, contratar jogadores de futebol e financiar pesquisas. Agora, novas plataformas despontam para patrocinar projetos sociais ou apoiar negócios voltados à base da pirâmide.

Uma delas é o Tzedaka, lançado no fim de maio deste ano. Dos nove projetos apoiados, dois já foram finalizados com a meta de arrecadação alcançada.

Para os internautas, não faltam opções. Há projetos em diversas áreas, como cultural, esportiva, educacional e de empreendedorismo. Basta escolher uma área e ter mais informações sobre o projeto. Com poucos reais, é possível ajudar a patrocinar a iniciativa.

Em geral, o período da campanha varia de 15 a 45 dias. Se o valor solicitado for atingido, vai para a instituição e o benfeitor recebe um agradecimento, como carta, livro ou outra lembrança ou serviço, dependendo da quantia investida. Caso contrário, o dinheiro é devolvido para o doador, explica o cofundador do Tzedaka Ariel Tomaspolski, 28.

Todos os projetos trazem vídeo e breve descrição da causa, bem como o total arrecadado até o momento e o prazo final da campanha, complementa o diretor da Impulso Rodrigo Brito, 30.

Foi dessa forma que o Instituto Fazendo História, finalista do Prêmio Empreendedor Social no ano passado, angariou recursos para o Programa Palavra de Bebê, que visa fortalecer os laços entre crianças e adultos.

Em 2012, a ONG ampliou a abrangência do projeto: fez parceria com mais cinco abrigos. Para que os bebês tivessem suas histórias registradas em livro e fossem organizados ateliês de estimulação para educadores e crianças, seria necessário arrecadar R$ 7.500.

Em vídeo de dois minutos e meio, era possível conhecer a importância da primeira infância no desenvolvimento e como o projeto contribuiria para a formação das crianças. Em 45 dias, o Instituto Fazendo História conseguiu somar R$ 9.724,00 - 30% a mais do que o proposto inicialmente.

Os doadores receberam recompensas como o livro usado para o trabalho com os bebês. "Pensamos em fazer outras iniciativas como essa", destaca a coordenadora do Instituto Fazendo História Fernanda Figueiredo, 39, responsável pela ação de "crowdfunding".

Na Impulso, que passou por reformulação neste ano, todos os empreendedores beneficiados gravarão vídeos de agradecimento a quem os ajuda. "Recebemos [feedback dos empreendedores]. "Queremos fazer vídeos de todos os que participaram, de qual foi o impacto do investimento", frisa Brito.

Via Folha