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Hoje faz 67 anos do ataque norte-americano que matou mais de 140 mil pessoas em Hiroshima

6 AGO 2012 • POR Reprodução • 11h01
Aniversário do ataque com a bomba foi marcado pela crise na central de Fukushima

A cidade japonesa de Hiroshima lembrou nesta segunda-feira as vítimas da primeira bomba atômica, ao se completar 67 anos daquele ataque, em cerimônia na qual se renovou a chamada pela paz, a não proliferação e a abolição das armas nucleares.

Dezenas de milhares de pessoas se reuniram no começo do dia no Parque Memorial da Paz de Hiroshima, onde às 8h15 (horário local, 19h15 do domingo em Mato Grosso do Sul), várias badaladas e um minuto de silêncio marcaram o momento em que a cidade sofreu o primeiro ataque nuclear da história e ficou reduzida a cinzas.

Calcula-se que a bomba "Little Boy" lançada pelos Estados Unidos acabou de forma imediata com a vida de cerca de 80 mil pessoas, embora no final de 1945 os mortos chegavam a cerca de 140 mil e as vítimas da radiação nos anos posteriores foram muitas mais.

'Não devemos permitir que a tragédia seja esquecida', afirmou durante a cerimônia o primeiro-ministro do Japão, Yoshihiko Noda, insistindo que Japão, único país que sofreu um ataque atômico, deve liderar o debate internacional sobre a não proliferação e o desarmamento nuclear.

Noda também se referiu ao desastre que no ano passado sacudiu a usina nuclear de Fukushima e que ainda mantém dezenas de milhares de pessoas fora de suas casas por causa da radioatividade, e assegurou que o governo fará 'todo o possível' para descontaminar a região a fim de que os deslocados possam retomar suas vidas.

Além disso, reiterou que seu governo levará adiante uma política energética encaminhada a reduzir a dependência das usinas nucleares e garantir uma segurança energética a longo prazo.

A cerimônia aconteceu em um momento em que o debate nuclear no Japão foi reavivado por causa do acidente de Fukushima, depois do terremoto e tsunami do dia 11 de março de 2011.

Entre os presentes na cerimônia estiveram representantes de 71 países, entre eles o embaixador dos EUA, John Roos, e os de outras nações com arsenal atômico, como França e Reino Unido.

O neto do presidente americano Harry S. Truman - que no 6 de agosto de 1945 deu a ordem de lançar a bomba atômica sobre Hiroshima e, três dias depois, uma segunda sobre Nagasaki - também esteve presente.

Clifton Truman Daniel, de 55 anos, está no Japão convidado por uma ONG para a paz a fim de assistir às cerimônias de Hiroshima e Nagasaki e se reunir com sobreviventes de ambas as tragédias.

Via Exame