Cultura

Conectivo Corpomancia apresenta espetáculo 'Inocência' hoje no Teatro Aracy Balabanian

9 AGO 2012 • POR Franciella Cavalheri • 09h22
Renata Leoni, bailarina e produtora de dança, volta aos palcos depois de 12 anos.

Nesta quinta-feira (09), o Conectivo Corpomancia apresenta o espetáculo de dança “Inocência” no Teatro Aracy Balabanian do Centro Cultural José Octávio Guizzo, às 20h. A apresentação faz parte da programação do projeto Cena Som da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul. O espetáculo “Inocência”, que tem como ponto de partida a obra homônima do escritor Visconde de Taunay, foi contemplado pelo prêmio Klauss Vianna 2011 da Fundação Nacional de Artes (Funarte). É a segunda vez que o Conectivo recebe o prêmio, em 2008 o espetáculo Me=Morar foi contemplado.

O espetáculo de dança parte do olhar de três intérpretes com experiências distintas que se relacionam através da dança com os temas despertados por uma leitura atual do livro “Inocência”. Renata Leoni, bailarina e produtora de dança, que volta aos palcos depois de 12 anos, Camila Emboava, bailarina e jornalista, em seu primeiro trabalho com dança contemporânea e Guilherme Leoni, ilustrador e filho de Renata, pela primeira vez no palco.

Publicado em 1872, o livro foi um marco do romance regionalista brasileiro e pode-se dizer que é o romance símbolo de Mato Grosso do Sul. O livro foi escrito a partir de uma viagem do autor pela região e tem grande importância na literatura nacional por retratar o sertão brasileiro de forma realista.

A trama acontece em Sant’Ana do Paranaíba, em terras que atualmente são sul-mato-grossenses e que na época de Taunay eram consideradas tão afastadas que eram conhecidas como “vácuo”. O retrato daquela região exótica e inexplorada despertou o interesse do Brasil e de muitos outros países europeus pelo livro, o que fez da obra uma das mais traduzidas da língua portuguesa.

Processo de criação
Para realizar o espetáculo, intérpretes, diretora, assistente de direção e até figurinista fizeram pesquisa corporal no kung fu e tai chi chuan com o professor Dirceu Coelho. Para compor a movimentação, os artistas usaram a lógica do kung fu, que utiliza os movimentos dos animais em coreografias de combate, para criar uma espécie de “kati (sequência de movimentos de kung fu) da borboleta”, inseto retratado no livro de Taunay.

A equipe também realizou entrevistas com especialistas em diversos temas, que são abordados durante a apresentação pelo filho sabe-tudo. O professor Hildebrando Campestrini, que publicou uma edição comentada do livro Inocência, falou sobre a obra de forma geral, a professora Maria Adélia Menegazzo contextualizou a obra dentro da literatura, a dra. Nazira Scaffi, médica, falou sobre os efeitos do açúcar no organismo e a bióloga Clarissa Araújo pesquisou sobre as borboletas e espécies encontradas em Mato Grosso do Sul especialmente para o projeto.

Conectivo Corpomancia
O conectivo Corpomancia é um eixo de processos colaborativos situado em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, que integra artistas da dança com formações diferentes e atuações profissionais também diversas, com o objetivo de pesquisar, produzir e criar dança contemporânea em sua relação com diferentes suportes: jogo, espetáculo, performance, videodança, videoinstalação e mídias digitais. Desde sua criação, o coletivo elabora produtos a partir da reflexão de conceitos que desestabilizam o hábito de produção de dança da região e usa da mediação das tecnologias para criar e divulgar seus trabalhos. Mais informações: www.corpomancia.com.br

Com informações da assessoria