Internacional

BR-262 é apontada como estrada mais mortal do Brasil pelo The New York Times

A reportagem foi baseada em um artigo da UFMS que retratou o índice de mortalidade por atropelamento na pista

16 NOV 2018 • POR Da redação • 13h00
O jornal americano falou sobre a alta mortalidade de animais na BR-262 - Reprodução The New York Times

A BR-262 virou destaque internacional em reportagem do jornal americano The New York Times, que apresentou dados e a problemática da pista, baseada em estudos de pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Wagner Fischer- doutor em Ecologia e Conservação, Raquel Faria de Godoi- Engenheira Ambiental e Antonio Conceição Paranhos Filho professor da UFMS foram os responsáveis pelas informações do artigo.

Segundo o jornal americano, em 1990, o biólogo Wagner Fischer viajou a região do pantanal pela BR-262 como estudante de pós-graduação e ao mesmo tempo que ficou fascinado com o bioma, acabou chocado com a carnificina à beira da estrada, aproveitando para registrar imagens de diversos animais mortos na estrada que liga a capital Campo Grande a Corumbá.

Os dados sobre o atropelamento de animais foram realizados por meio de monitoramento entre os anos de 1996 a 2000. Nesse período 930 bichos, representando 29 espécies de répteis e 47 espécies de aves foram atropelados no trecho. Um registro separado de mamíferos, a ser publicado em breve, inclui mais de 2.200 espécimes.

Conforme a publicação a estrada é a mais mortal do Brasil e uma das mais mortíferas do mundo para a vida selvagem, e isso foi afirmado pelo estudo de Fischer, que inspirou outros, todos eles confirmando a conclusão inicial do doutor.

Em  2014, uma equipe liderada por Julio Cesar de Souza, da UFMS divulgou que em 15 meses, eles encontraram 518 carcaças de 40 espécies, e notaram animais mortos a cada seis quilômetros - um aumento de dez vezes desde 2002. Já em 2017, um estudo apontou mais de 1.000 mamíferos mortos em um ano.

O The New York Times apontou no texto que os ecologistas estão apreensivos e preocupados com o aumento do problema, já que o Brasil abriga 20% da biodiversidade mundial, e o presidente eleito, Jair Bolsonaro, declarou por algumas vezes a preocupação com o desenvolvimento do país e do agronegócio, por vezes a necessidade de se abrir mais estradas nessas áreas de grande bioma e com sensibilidade ambiental.

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