Economia

Inflação leva impacto ás classes mais baixas em outubro

O Resultado foi puxado pelos reajustes dos alimentos e da energia elétrica

19 NOV 2018 • POR Da redação com assessoria • 13h45

O Indicador de Inflação por Faixa de Renda publicado nesta segunda-feira (19), pelo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), revela que os reajustes dos preços dos alimentos e da energia elétrica, ao longo dos últimos meses, tiveram maior impacto sobre a inflação das famílias mais pobres. No acumulado em 12 meses, os dados mostram que, em janeiro de 2018, a inflação das famílias de renda mais baixa registrava alta de 2,1%, ou seja, 1,6 ponto percentual abaixo da taxa apontada pela faixa mais alta (3,7%). “Em outubro, entretanto, essa diferença recuou para 0,99 p.p.”, informa a autora do trabalho, a técnica de planejamento e pesquisa Maria Andreia Parente Lameiras, do Grupo de Conjuntura do Ipea.

O indicador mostra que, em outubro, a classe de renda muito baixa observou o maior incremento na inflação na comparação com outubro de 2017. Para essa classe, a variação no mês foi de 0,49%. No mesmo período, o aumento foi de 0,42% para as famílias de renda alta. A alta de 0,9% da alimentação no domicílio e de 0,12% na energia pressionou mais fortemente a inflação das famílias de menor poder aquisitivo, para quem o peso desses itens na cesta de consumo é maior.

No acumulado do ano, a inflação das famílias mais pobres aponta variação de 3,5%, abaixo da registrada pelas faixas de renda mais alta (4,06%). Em outubro passado, a maior contribuição para inflação das famílias mais ricas veio do aumento de 2,2% no preço da gasolina.

Os destaques foram os reajustes dos preços dos combustíveis – em virtude da desvalorização cambial e da alta da cotação do petróleo – e da energia elétrica, impactada pelo baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas e pelos reajustes das distribuidoras. Em contrapartida, os preços livres continuam surpreendendo positivamente por meio da continuidade da desaceleração da inflação de serviços e pelo crescimento abaixo do esperado dos preços dos alimentos.

 Para os próximos meses, a expectativa é de desaceleração da inflação acumulada em 12 meses, possibilitada pelo recuo dos preços dos alimentos, dos combustíveis, e da energia (a adoção da bandeira amarela em novembro aliada à possibilidade de estabelecimento da bandeira verde em dezembro).