Polícia

Vídeo - Pai de menina morta após ser espancada no Nova Lima fala emocionado ao JD1

Após saber de morte da filha, pai relembra quão alegre e prestativa era a menina

6 DEZ 2018 • POR Joilson Francelino e Marcos Tenório • 16h51
Gabriela Ximenes Souza morreu nesta manhã por complicações decorrentes do espancamento, na última quinta-feira - Foto: Arquivo da família

Consternado em ter perdido a filha com apenas 10 anos, o pai de Gabriela Ximenes Souza, Carlos Roberto Costa de Souza, 40 anos, disse nesta quinta-feira (6), que não existem motivos para tamanha crueldade. Emocionado, Carlos lembrou-se de minutos após a morte da filha. “Logo depois que ela morreu, fui vê-la, o semblante era de alegria, minha filha morreu alegre”, contou.

Em entrevista ao JD1 Notícias, o pai ressaltou a educação e prestatividade da filha. “Era uma menina boa, educada, tudo o que pedia pra fazer, fazia de bom coração”, recordou. Carlos afirmou que não vai descansar enquanto não houver justiça. “Se for preciso, saio do emprego e vou correr atrás de Justiça. Não vou ter a minha filha de volta, mas vou honrar a dignidade da minha filha que era uma excelente menina”, desabafou.

Carlos disse ainda que espera que a morte da filha dele sirva como reflexão para a mãe da menina que agrediu Gabriela. “Espero que a partir de agora, a mãe da menina que agrediu minha filha dê a educação que nunca deu pra filha dela”, disparou.

A tia de Gabriela, Clarice Costa de Souza, também conversou com a nossa reportagem e disse que “acabaram com o Natal da Família”. “Não sei o que tem na mente de alguém que faz isso com uma criança de 10 anos”, lamentou. A casa da família fica próxima da escola, parentes e amigos se reúnem para compartilhar a dor da perda. 

Investigação

O delegado plantonista da Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) Centro, José Roberto de Oliveira Júnior, disse ao JD1 Notícias que o motivo do desentendimento não foi informado pelos pais, que procuraram a polícia nesta manhã, logo após a morte da filha. Oliveira esclareceu que a briga aconteceu a 100 metros da escola, logo após a saída dos alunos. “Elas se desentenderam dentro da unidade escolar e, na saída, a colega de classe de Gabriela chamou mais duas estudantes e as três bateram na menina”, informou. O caso foi encaminhado para a Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude para investigar o caso.

Conselho

O Conselho Tutelar Região Norte informou ao JD1 Notícias que não há nenhum registro de denúncia ou pedido de providência acerca do caso Gabriela registrado no conselho, região que atende o bairro onde a garota foi espancada na saída das aulas. “Se houver uma denúncia de que existe uma situação de agressão entre crianças ou adolescentes, conflito familiar, rebeldia, dificuldades em fazer cumprimentos de regras, direitos e deveres em escolas ou residências, o conselho está pronto a oferecer atendimento, desde que haja uma denúncia ou pedido de providência formalizado, o Conselho Tutelar precisa saber do fato para que tome providências”, afirmou uma atendente do Conselho Norte, que pediu para que seu nome não fosse divulgado.

Veja o depoimento da tia e do pai de Gabriela