Saúde

Brasil enfrenta desafios para controlar mercúrio na natureza

Contato com o metal líquido é prejudicial ao meio ambiente e à saúde humana

8 DEZ 2018 • POR Da redação com Agência Brasil • 16h52
Brasil importou no prazo de dez anos, mais de 88 toneladas da substância - Anvisa/Divulgação

O Brasil enfrenta desafios para controlar o lançamento de mercúrio na natureza e eliminar o uso da substância em alguns setores da indústria, mostra levantamento da WWF-Brasil, divulgado neste sábado (8). O contato com o metal líquido é prejudicial ao meio ambiente e à saúde humana, podendo causar danos aos sistemas nervoso, digestivo e imunológico.

A organização estima que a atividade ilegal de garimpo de ouro libera entre 7,5 e 60 toneladas de mercúrio por ano nas águas e solos de importantes ecossistemas do país. A exploração também provoca a liberação de um volume ainda maior de mercúrio na atmosfera, de acordo com o levantamento.

O estudo foi feito em parceria com a ONU Meio Ambiente e indica que pesquisas científicas já registraram a contaminação de pessoas e peixes na Amazônia. No ano passado, um dos estudos do WWF revelou que 81% dos peixes coletados na região do Parque Nacional Tumucumaque, no Amapá, estavam contaminados com mercúrio.

Apesar de o Brasil não produzir mercúrio metálico, o país importou no prazo de dez anos (antes de ratificar a convenção) mais de 88 toneladas da substância.

Dados do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), órgão responsável pelo controle do comércio de mercúrio metálico no país e pela concessão da licença para importar o metal, mostram que as importações caíram de 210,2 toneladas (no início dos anos 2000) para 51,7 toneladas entre 2014 e 2016. No ano passado, Brasil importou cerca de 26 toneladas de mercúrio.

Em março deste ano, o Ibama e a Receita Federal impediram que uma empresa odontológica, considerada a maior importadora de mercúrio do país, situada em Joinville, recebesse da Turquia um volume de 1,7 tonelada do metal. Parte do produto teria como destino o garimpo ilegal. A apreensão ocorrida no Porto de Itajaí foi a segunda maior feita pelo Ibama.