Brasil

Bombeiros encontram mais um corpo dentro de ônibus no Rio

A vítima morreu depois que uma árvore caiu sobre o coletivo após tempestade que atingiu a cidade

7 FEV 2019 • POR Mauro Silva, com Agência Brasil • 16h53
Sobe para seis o número de mortos devido a forte chuva que atingiu o Rio de Janeiro na quarta-feira - Agência Brasil

Os bombeiros localizaram mais uma vítima em meio às ferragens de um ônibus da viação Jabour do Rio de Janeiro na tarde desta quinta-feira (7). Após a tempestade, que atingiu a cidade na quarta-feira (6), uma árvore caiu sobre o coletivo, que trafegava pela Avenida Niemeyer, e o corpo foi soterrado no interior do veículo. Já é o segundo corpo encontrado dentro do ônibus, com isso sobe para seis o número de mortes em decorrência da forte chuva.

O motorista sofreu ferimentos e foi levado para o hospital em estado de choque. Com o impacto do deslizamento de terra, o ônibus foi jogado contra a mureta da avenida, invadiu a ciclovia Tim Maia, com risco de cair no mar. Duas retroescavadeiras estão sendo usadas nos trabalhos de resgate aos corpos. Os bombeiros tentam retirar a árvore que caiu em cima do coletivo.

Durante o temporal, os ventos alcançaram até 110 km/h, de acordo com a Prefeitura do Rio de janeiro, ventos de 116 km/h são os mais baixos de um furacão – ou seja, na noite de ontem, a capital do estado praticamente foi atingida por um furacão.

O prefeito Marcelo Crivella esteve no local e decretou luto oficial de três dias. Segundo Crivella, o problema maior durante o temporal ocorreu na Avenida Niemeyer, que deve ficar interditada até amanhã. “Vamos ver a profundidade do solo, todos sabem que existe aqui uma rocha sã (rocha remanescente de superfície aplainada), com pouca profundidade e com solo de cobertura, que por ser fixo, retém água”, disse.

“Se essas árvores forem antigas, se forem frondosas e se o solo for raso, aí, sim, eu acho que vale a pena remover as árvores e plantar em outros lugares”.

Seis mortes

Além das duas vítimas na Niemeyer, duas pessoas de uma mesma família morreram em consequência do desabamento de uma casa em Pedra de Guaratiba, Isabel e Mauro Paes, mãe e filho. O marido de Isabel, Áureo Paes e o filho Arthur ficaram feridos e foram levados para o Hospital Lourenço Jorge.

Na Favela da Rocinha foi registrada mais uma morte em consequência de desabamento de uma barreira. No Vidigal, uma pessoa morreu atingida por um muro que desabou. As favelas ficam em São Conrado, na zona sul da cidade, uma das áreas mais atingida pelo temporal de ontem.

Trânsito

Segundo a prefeitura, 170 árvores e seis postes foram derrubados pela forte ventania. A Defesa Civil recebeu 206 chamados, a maioria deles em bairros da zona oeste (Barra da Tijuca, Guaratiba e São Conrado).

Até o início da tarde de hoje, a cidade tinha pelo menos cinco vias importantes interditadas, além da Niemeyer, por bolsões d’água ou por quedas de árvores.

Para tentar minimizar os impactos causados pela chuva no trânsito da cidade, a Guarda Municipal do Rio atua com 1.188 guardas municipais em diversas ações de trânsito e de apoio aos órgãos públicos.

Além dos pontos fixos de operação de trânsito, cruzamentos e implantação das faixas reversíveis, agentes do Grupamento Especial de Trânsito (GET) foram deslocados para os pontos mais críticos onde ocorreram alagamentos, bolsões d'água, quedas de árvores ou tiveram semáforos apagados ou intermitentes devido à falta de luz, principalmente nas zonas Sul e Oeste, áreas mais afetadas.

As equipes atuaram no balizamento e no desvio do tráfego nos locais atingidos, em contato com o Centro de Operações e a CET-Rio.

Os agentes auxiliaram ainda na desobstrução das vias bloqueadas por quedas de árvores e transportaram cidadãos presos devido ao alagamento, como o que se formou na Rua Jardim Botânico, na Zona Sul, e também nos bairros de Ipanema, Leblon e Gávea, todos na zona sul da cidade.