Cultura

Sem muitos ensaios e repleto de crianças, Herdeiros do Samba desfila por amor

O enredo 2019 trabalha com a temática “Amai-vos uns aos outros” e faz várias homenagens

22 FEV 2019 • POR Rayani Santa Cruz • 11h54
Desfile da Herdeiros do Samba em 2017 - Reprodução/Facebook

A escola mirim Herdeiros do Samba era um sonho do gaúcho Adão Mario da Luz, que participava com a família e prestigiava escolas de Campo Grande.  Em 2007, um ano após o falecimento dele, a viúva Fátima da Luz e a filha Marília da Luz resolveram realizar a pretensão e fundaram a escola para crianças.

De início os ensaios eram realizados na sede da Seleta que cedia o espaço e até tinha funcionários que participavam dos desfiles, sempre realizados sem a intenção de prêmio, e com intuito apenas de se apresentar.

Fátima da Luz, 65 anos, presidente da escola disse ao JD1 Notícias que os ensaios em grandes escalas foram abolidos da escola, devido a participação integral de crianças. A  escola conta com uma pequena bateria, casal de mestre sala e intérpretes mirins que devem cantar para alegrar a passagem na avenida.

“Nós seguimos o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e por isso não realizamos mais ensaios, pois, muitas vezes os adultos consomem bebidas alcoólicas, fumam e isso prejudica o bem estar das crianças e não é permitido. Nós vamos nos encontrar na avenida e entrar com muita festa, as mães e pais que quiserem desfilar podem chegar que terão espaço”.

Segundo a presidente, em 2019, o carro abre alas terá fotos de todos os cientistas que invetaram vacinas benéficas a saúde das crianças. Os bombeiros de Brumadinho também serão homenageados junto a professora Heley de Abreu Silva Batista que morreu ao salvar 25 crianças em uma fatalidade conhecida como a Tragédia de Janaúba, em outubro de 2017, na creche Gente Inocente em Janaúba, Minas Gerais.

A bateria da escola deve representar São Francisco de Assis que amava os animais e toda a criação divina.
O casal de mestre sala deve representar Jesus e Maria, e as alas serão de animais e índios.

Com essa mistura, Fátima pretende dar a oportunidade para as famílias participarem do desfile em alas da escola, que sem pretensão de prêmios e vencer continua participando dos desfiles em Campo Grande, apenas por amor e para transmitir às crianças a cultura do carnaval.