Saúde

Enfermeira fala da insegurança após servidor ficar ferido na UPA Coronel Antonino

Enfurecida, mãe de paciente quebrou a vidraça, ferindo a vítima na cabeça, no nariz e na mão esquerda

13 MAR 2019 • POR Marcos Tenório • 15h15
Ele recebeu os primeiros atendimentos dos colegas de serviço - Divulgação

Um servidor da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Coronel Antonino, em Campo Grande, ficou ferido após uma mulher quebrar uma vidraça e os estilhaços cairam sobre a vítima, causando cortes e muito sangramento. A confusão aconteceu às 23h20, quando, enfurecida com a demora no atendimento a mãe de uma paciente teria quebrado o vidro de uma janela do centro de triagem.

Segundo o boletim de ocorrência, a suspeita, estava no local desde as 19h e como já se passavam das 23h, ninguém havia sido atendido. Foi o momento em que a mulher que não teve a identidade revelada, ficou enfurecida e quebrou a vidraça, ferindo João Francelino da Silva, 59 anos, na cabeça, no nariz e na mão esquerda, ele recebeu os primeiros atendimentos dos colegas de serviço.

Uma servidora que não quis se identificar contou que estouraram o vidro no rosto do enfermeiro, e que quase acertou o olho do servidor, o que poderia deixar ele cego, e tudo aconteceu por causa de atendimento médico.

Emocionada, a enfermeira disse que não pode fazer nada se os médicos demoram nos atendimentos. A nove anos na profissão, a servidora relatou que os usuários da unidade de saúde estão bem violentos. "Estamos bem vulneráveis, porque qualquer pessoa, no corredor ou dentro do saguão, podem agredir tanto verbalmente como fisicamente, como já aconteceu e como não está acontecendo nenhuma providência, não estamos nos preocupando com as agressões verbais", disse.

Um autonomo, de 44 anos, falou que a situação da UPA é precária, e ressalta que o tempo de espera para um atendimento tem deixado os usuários da UPA muito nervosos.

Já a auxiliar de cozinha, de 40 anos, informou que ficou mais de 4h esperando pelo atendimento do seu filho que estava com dengue. Ela reclama que tem que esperar para fazer o cadastro, tem que esperar para passar pela triagem, tem que esperar horas para o médico chamar e espera para colher sangue. A auxiliar relatou que a demora é tanta que as crianças acaba se debilitando cada vez mais.

Os envolvidos foram encaminhados para a Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) da Vila Piratininga. E foi registrado como lesão corporal culposa [quando não há intensão] e dano qualificado, quando o crime e cometido contra o patrimônio da união, estado, município, empresa concessionária de serviços públicos.