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Após investigação, diretor de presídio é dispensado em Dourados

Manoel Machado foi investigado pelo MPE por usar detentos para serviços particulares

20 MAI 2019 • POR Priscilla Porangaba, com informações da assessoria • 10h11
Detentos estariam sendo usados pelo diretor para fazer serviços particulares - Reprodução/Internet

O diretor-presidente da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), Pedro Carrilho de Arantes, dispensou o diretor da Penitenciária Estadual de Dourados (PED), Manoel Machado da Silva, após o Ministério Público Estadual investigar que a direção estava usando detentos para serviços particulares.

A informação está publicada no Diário Oficial do Estado desta segunda-feira (20).

A dispensa de Manoel do cargo de diretor tem validade a partir de hoje. Antônio José dos Santos foi denominado para assumir o lugar de Manoel.

Além de Manoel, também está sendo investigado o diretor operacional, Acir Rodrigues. Porém, a Agepen não publicou a dispensa do servidor.

Investigação

Manoel e Acir foram notificados pelo promotor Ricardo Rotuno, da 16ª Promotoria de Justiça de Dourados, para prestarem depoimento sobre o uso de presos para serviços particulares.

Conforme apurado, o servidor Jackson Bendassoli, é alvo de sindicância por ter levado uma carretinha de moto para manutenção na unidade, usando mão-de-obra de internos. Os fatos ocorreram no dia 5 de abril deste ano. Consta em manifestação enviada ao MP que Jackson chegou ao local às 6h da manhã em seu carro pessoal, acoplado ao semirreboque para reforma.

Ele saiu da penitenciária às 17h47, com a carretinha toda reformada, conforme registro de vídeo feito por agentes penitenciários. Em áudio que a equipe de reportagem teve acesso, Machado teria dito que é absolutamente “normal usar presos para serviços particulares”. A declaração ganhou repercussão e, na mesma proporção foi reprovada pela direção da Agepen.

Por este motivo, no dia 22 de abril, Acir divulgou uma nota de Comunicação Interna aos servidores informando ser “expressamente proibido a realização de qualquer atividade particular dentro das unidades penais, utilizando-se da mão de obra de internos (gratuita ou paga)”.