No TRE, Barroso admite prisões arbitrarias
O ministro participou do Congresso Internacional de Direito Eleitoral
28 MAI 2019 • POR Joilson Francelino • 11h51
O encerramento do Congresso Internacional de Direito Eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS), na última sexta-feira (29), teve a fala do ministro do Supremo Tribunal Federal, Luis Roberto Barroso, nome de envergadura da maior corte jurídica do país.
Com o auditório do tribunal lotado, Barroso foi ouvido com atenção. Ele foi claro, disse que a Justiça brasileira privilegia os mais ricos e poderosos, "prendendo ‘um mula’ com 100 gramas de maconha, e deixando prescrever um processo', que atingiria alguém que roubou 100 milhões".
Mas, em uma parte na qual foi aplaudido, Barroso relatou que no Brasil, há uma cultura que os eleitos para cargos, "se tornam sócios do dinheiro público", e se tornam dia a dia "mais gananciosos".
No momento que foi mais didático, o ministro reconheceu a existência de "prisões que são arbitrarias". Barroso as justificou, porém, afirmando que os processos no Brasil "são demorados demais, se eles durassem um ano isso não aconteceria.
Ele ironizou o que chama de "garantismo a brasileira", que "vale somente para os grandes processos", mas que não beneficiariam denuncias menores.