Educação

Em 12 anos, faturamento de livros diminui 25%

A informação é da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe)

3 JUN 2019 • POR Priscilla Porangaba, com informações da Agência Brasil • 07h15
Em 2006, o setor faturou R$ 6,788 bilhões; em 2018, o valor foi de R$ 5,119 bilhões - Reprodução/Agência Brasil

O faturamento do setor editorial brasileiro diminuiu 25% no período entre  2006 e 2018, segundo uma série de levantamentos feitos pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). O dado contabiliza as vendas para o mercado em geral e também pelo governo, com livros didáticos.

O estudo, contratado pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), mostra que houve crescimento do número de livros vendidos entre 2006 e 2014, mas após o início da recessão econômica, observa-se uma queda acentuada da venda e piora dos resultados.

Em 2006, o setor faturou R$ 6,788 bilhões. Em 2018, o valor foi de R$ 5,119 bilhões. Nesse período, o preço médio dos livros diminuiu 34%. A queda do preço impactou na redução do faturamento do setor.

A economista Mariana Bueno, responsável pela pesquisa diz que “mesmo quando a economia estava crescendo, nos anos de 2009 e 2010, a venda de livros não tirou proveito”, analisa.

Segundo ela, “nenhum país que observamos teve queda tão expressiva”, disse ao comparar o desempenho da venda de livros com a Colômbia, México, Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha.

A especialista assinala que além da conhecida falta de hábito de leitura do brasileiro, os índices negativos ocorrem em momento de expansão de novas tecnologias e serviços como redes sociais, streaming e acesso ao celular. “Tudo isso concorre com o tempo de atenção que poderia ser dedicado ao livro”, ponderou Bueno.

A avaliação da Fipe, disponível na internet, indica que o subsetor de obras gerais chegou a perder 45% do faturamento no mercado (não considerando compras governamentais).

O segundo pior desempenho foi do subsetor de livros científicos, técnicos e profissionais (queda de 36%); seguido do subsetor de livros didáticos (descida de 23%). O subsetor de livros religiosos teve a menor redução no faturamento (-4%).

Observando apenas o período recessivo e de baixo crescimento (2014 a 2018), a queda de faturamento do subsetor de livros científicos, técnicos e profissionais foi de 45%. De acordo com Mariana Bueno, uma hipótese para esta diminuição é a redução de estudantes nos cursos superiores.