Três execuções têm ligação com arsenal apreendido por força-tarefa
Denúncia de promotores aponta que suspeito pode fazer parte de um grupo de extermínio do crime organizado
8 JUN 2019 • POR Rayani Santa Cruz • 11h10
O guarda municipal Marcelo Rios, 42 anos, preso no dia 19 de maio com um arsenal bélico também é suspeito de envolvimento em, pelo menos, três execuções, ocorridas na capital. As informações são do jornal Correio do Estado, e afirmam que o guarda atua em uma organização criminosa que executou um policial reformado, um segurança e por último o estudante Matheus Coutinho Xavier, filho do capitão reformado da PM Paulo Roberto Teixeira Xavier, que seria o alvo dos assassinos.
Conforme o jornal, o grupo de extermínio atuou nos últimos 12 meses na cidade com praticamente o mesmo “modus operandi”, eles executavam as vítimas com armas de guerra como fuzis de calibre 762 x 39 e 556, utilizavam-se de veículos furtados ou roubados para a ação e posteriormente os queimavam em locais afastados.
A suspeita está descrita em relatório de inquérito da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros (Garras), anexada à denúncia protocolada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), junto à Justiça, na última quinta-feira (6).
Conforme o relatório do Garras, Rios virou alvo de força-tarefa da Polícia Civil durante a apuração das execuções do policial militar reformado Ilson Martins Figueiredo (morto em junho de 2018); do ex-segurança Orlando da Silva Fernandes, o “Bomba” (executado em outubro de 2018); e do estudante Matheus Coutinho Xavier, filho do capitão reformado da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, Paulo Roberto Teixeira Xavier (assassinado em abril deste ano).
Devido à dinâmica dos crimes, a polícia logo descobriu que eles não eram comuns e se tratavam de execuções meticulosamente planejadas.
Marcelo seria o responsável pela custódia do armamento empregado nos crimes, o que levou a polícia a prendê-lo em flagrante.
A polícia encontrou na residência do guarda um arsenal bélico, consistente, em fuzis calibres 762 x 39 e 556, pistolas, revólveres, espingardas, munições, acessórios de armas de fogo, além de equipamentos usados em ações de inteligência policial, como bonés com câmera oculta e bloqueadores de sinal eletromagnético (tornozeleira eletrônica), arreador (equipamento de choque) e silenciadores de fuzis.
Além de Marcelo Rios, são suspeitos de envolvimento, no caso em questão, dois empresários da capital, além dos agentes da Guarda Municipal Rafael Antunes Vieira e Robert Vitor Kopetski, juntamente com o motorista Flavio Narciso Morais da Silva.
Quatro promotores da capital assinaram denuncia relacionada ao grupo de extermínio e requerem que ela seja acolhida e processada até o final da condenação.
Ainda de acordo com o Correio do Estado, apesar dos indícios, já mencionados, de homicídios, Rios foi denunciado apenas pelos crimes nos quais foi flagrado, sendo posse e porte ilegal de armas entre eles. O guarda municipal está preso preventivamente no Centro de Triagem de Campo Grande.