Cultura

Brasileiros fazem descoberta que pode mudar história da humanidade

Eles encontraram junto com talianos materiais que teriam 2,4 milhões de anos em um sítio arqueológico na Jordânia

8 JUL 2019 • POR Priscilla Porangaba, com informações da Agência Brasil • 12h12
Descobertas demonstram que o homem deixou a África há mais de 2,4 milhões de anos, diz professor Walter Neves - Reprodução/Agência Brasil

Uma equipe de pesquisadores brasileiros e italianos encontrou materiais que teriam 2,4 milhões de anos em um sítio arqueológico na Jordânia. O resultado do estudo foi divulgado na revista científica Quaternary Science Reviews.

A descoberta coloca novos elementos que podem mudar o conhecimento consolidado sobre o desenvolvimento da humanidade e das dinâmicas de migração do gênero homo a partir da África para outras regiões do planeta.

Os pesquisadores não identificaram fósseis, mas material de pedra lascada no sítio da Jordânia.

Nos debates acadêmicos, a tese predominante, dá conta que o gênero homo surgiu há cerca de 2,4 milhões de anos na África, tendo como primeiro representante o homo habilis. Há 2 milhões de anos, teria surgido o homo erectus.

As primeiras evidências da presença de homo erectus fora do continente africano ocorreu em um sítio arqueológico da Geórgia, datada de 1,8 milhão de anos.

O pesquisador do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (USP), Astolfo Araújo conta que as escavações ocorreram entre 2013 e 2015. “Na hora que um homíneo lascou. Isso quer dizer um evento de lascamento. Elas estavam localizadas em algum ponto a 20 cm uma da outra. É muito possível que a gente não só tenha encontrado um sítio antigo, mas que ele tenha significado comportamental”, disse.

As primeiras amostras foram pegas em 2013, sendo submetidas a um método segundo o qual pedras teriam cerca de cinco milhões e o basalto mais baixo teria 2,5 milhões.

Lâminas coletadas

Segundo Giancarlo Scardia, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), outros dois métodos de datação foram aplicados em lâminas coletadas. “Tivemos cuidado para ter uma idade mais confiável. Os dados convergem para um modelo que não tem incongruências”, afirmou o pesquisador.