Polícia

Contra invasões em Aquidauana, governo de MS pede Força Nacional

Há pelo menos 30 policiais distribuídos entre a Fazenda Paraíso e a Água Branca

13 AGO 2019 • POR Priscilla Porangaba, com informações da assessoria • 09h55
Policiais ainda estão na sede da fazenda Paraíso - Reprodução/Internet

O estado de Mato Grosso do Sul vai pedir ao Governo Federal o envio de tropas da Força Nacional de Segurança para a região de Aquidauana onde contingente da Polícia Militar está desde o dia 1º de agosto.

Um grupo de 200 índios foram retirados, sem ordem judicial, da Fazenda Água Branca, reivindicada como terra da etnia Kinikinau, hoje sem aldeia demarcada.

A justificativa da Secretaria de Justiça e Segurana Pública (Sejusp) é de que há risco de novas invasões e a distância da propriedade da cidade, em torno de 80 quilômetros. Há pelo menos 30 policiais distribuídos entre a Fazenda Paraíso e a Água Branca, que são vizinhas.

A Sejusp não confirma o tamanho do contingente. Afirma, apenas, que “mantém um efetivo na região em pontos estratégicos”. A Secretaria ainda diz que os policiais estão fazendo “diligências na região para apurar os crimes praticados”, apesar da função de investigação ser, legalmente, da Polícia Civil e não da Militar.

Conforme a investigação os homens enviados para a região são do Batalhão de Operações Especiais (Bope), do Batalhão de Choque, da Cavalaria de Campo Grande, da Polícia Militar Rodoviária Estadual e das unidades da região, como Jardim e Aquidauana.

A Secretaria já está formalizando um pedido ao Governo Federal para que encaminhe equipes da Força Nacional para atuar na região”, diz nota da Sejusp.

Também não houve resposta se está havendo ajuda dos proprietários das fazendas para manter a tropa no local. A apuração feita indica que na Paraíso, os donos estão bancando alimentação, além da hospedagem.

A Paraíso pertence ao espólio do empresário Ugo Furlan, falecido no fim do ano passado. A família foi procurada, mas também não se posicionou ainda sobre a situação.

A Água Branca está em nome da Fundação Bradesco, que foi procurada quando houve o despejo dos índios, mas não se manifestou.

Não há processo oficial de demarcação de terras indígenas nas terras citadas, mas estudos antropológicos indicam que houve presença da etnia Kinikinau por lá.

Como não há litígio judicial, a Sejusp afirma que agiu porque houve crimes de invasão de propriedade particular, além de furto qualificado, ameaça e crime ambiental.