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Sala de Situação Integrada une órgãos para controle e combate de queimadas

Projeto concentrará informações de campo, levantamentos do INPE e previsões climáticas para tomada de decisões

24 AGO 2019 • POR Rauster Campitelli, com informações da assessoria • 10h30
Maior propagação dos focos de incêndio se mantém nas regiões da Serra da Bodoquena e no Pantanal de Corumbá - Edemir Rodrigues

A incidência de focos de calor em Mato Grosso do Sul está dentro da normalidade prevista pelos órgãos de monitoramento e prevenção, como Ibama e Defesa Civil do Estado, considerando a ocorrência de uma estiagem mais prolongada em relação a 2018. Esta foi uma das conclusões da reunião realizada ontem (23) para definição dos órgãos federais e estaduais que vão integrar a Sala de Situação Integrada.

O projeto concentrará as informações de campo, levantamentos do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e previsões climáticas para tomada de decisões, com a coordenação da Defesa Civil do Estado.

O secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Agricultura Familiar e Produção (Semagro), Jaime Verruck, explicou que a centralização das informações relativas às queimadas permitirá uma ação conjunta, mais rápida e abrangente, envolvendo inclusive outros órgãos e a iniciativa privada.

“Vivemos uma situação preocupante, que deve perdurar até outubro, mas a análise que fizemos é que não há uma condição de anormalidade. Teremos o apoio da Reflore, cujo presidente, Dito Mário, participou da nossa reunião e nos informou que as queimadas no setor de reflorestamento atingiram até agora 130 hectares. A entidade tem seu próprio sistema de combate a incêndios e pode nos auxiliar”, disse o secretário.

Conforme os relatórios apresentados na reunião da Sala de Situação Integrada, a maior propagação dos focos se mantém nas regiões da Serra da Bodoquena e no Pantanal de Corumbá, onde as brigadas do PrevFogo do Ibama estão combatendo os incêndios.

A situação de alerta no Estado deve permanecer até outubro, conforme previsões do Centro de Monitoramento do Tempo e Clima de Mato Grosso do Sul (Centec), vinculado à Semagro. A coordenadora Franciene Rodrigues participou da reunião e adiantou que as chuvas devem retornar a partir dos dias 7 e 8 de setembro, mas abaixo da média história (100 milímetros), em torno de 80 milímetros.

Em outubro, as precipitações devem ocorrer com maior intensidade (120 milímetros), porém ainda abaixo da média (140 milímetros), voltando à normalidade em novembro. Segundo informações do INPE, até o dia 20 de agosto ocorreram 3.998 focos de calor em Mato Grosso do Sul, sendo a maioria (1.014) em Corumbá.

Na reserva indígena dos Kadiwéus (Serra da Bodoquena), onde há áreas arrendadas para produtores rurais, os focos somam 323, enquanto em 2018 ocorreram apenas 35. O Ibama informou que iniciará uma investigação para apurar as causas.

A reunião desta sexta-feira contou com a presença do novo superintendente do Ibama/MS, coronel Luiz Carlos Marchetti, e os comandantes do Corpo de Bombeiros (interino), coronel Luis Antônio de Mello, e da Polícia Militar Ambiental (PMA), coronel Jeferson Vila Maior. A Sala de Situação Integrada terá a participação da Semagro, Defesa Civil/MS, Ibama, Imasul, Centec/MS, PMA, Corpo de Bombeiros, Secretaria de Saúde do Estado e Defesa Civil dos municípios.