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Haiti ainda precisa de muita ajuda do mundo todo, diz embaixador brasileiro no país

13 JAN 2013 • POR Thony Belizaire/AFP • 07h40
Mulher passa pela catedral de Porto Príncipe, no Haiti, devastada pelo forte terremoto que atingiu o país há três anos. Mais de 300 mil pessoas morreram na tragédia.

Após três anos do terremoto que devastou o Haiti, o país ainda enfrenta grandes desafios nos aspectos político, econômico e social. "O processo de reconstrução é bastante lento, o Haiti tem um governo estabelecido, mas possui uma grande fragilidade institucional. De fato, o país ainda precisa de muita ajuda do mundo todo", disse o embaixador brasileiro no Haiti, José Luiz Machado e Costa.

Em 12 de janeiro de 2010, a nação da América Central foi atingida por um dos piores terremotos do mundo nos últimos tempos. Aproximadamente 300 mil pessoas morreram na tragédia, mais de 1,5 milhão de cidadãos ficaram desabrigados em todo o território haitiano, deste total, menos de 400 mil continuam vivendo em acampamentos. Diversas áreas do país foram completamente destruídas, incluindo o palácio presidencial, sede do governo.

Machado e Costa também menciona que o Brasil tem mantido intensa participação no diálogo político com o governo do presidente Michel Joseph Martelly. "O Haiti tem um passado histórico marcado por violência e uma transição democrática recente, mas considero que a situação política atualmente é bem melhor do que em 2004", declarou.

Há nove anos, o país enfrentou uma intensa revolta, num período de insurgência no qual o então presidente Jean-Bertrand Aristide foi deposto. Os haitianos sofreram com a instabilidade política e o aumento da violência. Na época, a ONU criou a Minustah, sigla em francês para Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti, que é comandada pelo Brasil desde então. Um dos princípios básicos da medida é trabalhar pela segurança do país, lutar contra a guerra armada e focar em ações ligadas aos direitos humanos.

Saúde e futuro do país   
Nos últimos anos, o Brasil participou de ações como envio de vacinas à nação e também de programas para a formação de agentes de saúde, com o propósito de atender a carência por profissionais do setor no país haitiano. Muitos deles receberam qualificação e participaram de cursos em território brasileiro. A iniciativa é uma parceria entre os governos do Brasil, Cuba e Haiti. "Trata-se de uma medida importantíssima para o país. O Brasil contribui com ações como a construção de um hospital, por exemplo", afirmou o embaixador brasileiro.

Sobre o futuro dos haitianos, o diplomata afirma que é "necessário manter o otimismo em relação à nação caribenha, mas ainda há muito o que fazer. "Hoje já se nota uma melhora no país após a tragédia. Inclusive, muitos dos escombros foram retirados. A capital Porto Príncipe, por exemplo, já tem uma aparência bem melhor", declarou Machado e Costa.

Para o embaixador, o governo haitiano também é essencial nesse processo de reconstrução e precisa "fazer a sua parte com manejo" na distribuição correta dos recursos internacionais que chegam ao país.

Via Uol