Polícia

Jamil Name e filho são presos em operação do Gaeco

Quatro policiais civis e um federal estão entre os detidos

27 SET 2019 • POR Priscilla Porangaba e Vitória Ribeiro • 07h15
Viaturas dentro do condomínio onde mora Jamil Name - Priscilla Poranagaba

Jamil Name e seu filho Jamil Name Filho foram presos na manhã desta sexta-feira (27), durante a Operação Ormetá deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Garras), Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) e Choque, em Campo Grande.

Segundo informações da assessoria, a operação deve cumprir 13 mandados de prisão preventiva, 10 mandados de prisão temporária e 21 mandados de busca e apreensão na capital. O JD1 Notícias apurou que, além de Jamil e seu filho, quatro policiais civils e um policial federal identificado como Everaldo Monteiro de Assis, estão entre os presos.

Os suspeitos estariam envolvidos em uma organização criminosa atuante na prática dos crimes de homicídio, milícia armada, corrupção ativa e passiva e outros. O JD1 Notícias está acompanhando a ação policial na casa dos suspeitos envolvidos. Acompanhe em breve mais informações.

Grupo de extermínio

A polícia chegou até Marcelo Rios, guarda municipal, através de uma denúncia anônima. A abordagem foi feita no cruzamento da avenida Eduardo Elias Zahran com a rua Rodolfo José Pinho. Na ação, os policiais encontraram um carregador de pistola com capacidade para 30 munições.

Ele foi preso no dia 19 de maio e também é suspeito de envolvimento em, pelo menos, três execuções, ocorridas na capital. Marcelo também foi expulso da Guarda Municipal. Há indícios que o guarda atua em uma organização criminosa que executou um policial reformado, um segurança e por último o estudante Matheus Coutinho Xavier, filho do capitão reformado da PM Paulo Roberto Teixeira Xavier, que seria o alvo dos assassinos.

Nos últimos 12 meses na cidade, os crime possuíam praticamente o mesmo “modus operandi”, eles executavam as vítimas com armas de guerra como fuzis, utilizavam-se de veículos furtados ou roubados para a ação e posteriormente os queimavam em locais afastados. 

Conforme o relatório do Garras, Rios virou alvo de força-tarefa da Polícia Civil durante a apuração das execuções do policial militar reformado Ilson Martins Figueiredo (morto em junho de 2018); do ex-segurança Orlando da Silva Fernandes, o “Bomba” (executado em outubro de 2018); e do estudante Matheus Coutinho Xavier (assassinado em abril deste ano).

Devido à dinâmica dos crimes, a polícia logo descobriu que eles não eram comuns e se tratavam de execuções meticulosamente planejadas.

Depois da abordagem, a polícia vistoriou três casas, um dos imóveis no bairro Monte Líbano. Em uma das residências foram encontrados apreendidos 18 fuzis de calibre 762 e 556, espingarda de calibre 12, carabina de calibre 22, além de 33 carregadores e quase 700 munições, podendo ter origem do Paraguai e um carro com registro de roubo.

A polícia encontrou na residência do guarda um arsenal bélico, consistente, em fuzis calibres 762 x 39 e 556, pistolas, revólveres, espingardas, munições, acessórios de armas de fogo, além de equipamentos usados em ações de inteligência policial, como bonés com câmera oculta e bloqueadores de sinal eletromagnético (tornozeleira eletrônica), arreador (equipamento de choque) e silenciadores de fuzis.

Além de Marcelo Rios, são suspeitos de envolvimento, no caso em questão, dois empresários da capital, além dos agentes da Guarda Municipal Rafael Antunes Vieira e Robert Vitor Kopetski, juntamente com o motorista Flavio Narciso Morais da Silva.