Brasil

Médicos retiram larvas que estavam comendo cabeça de criança

A menina foi internada devido a uma lesão causada por paralisia

10 OUT 2019 • POR Joilson Francelino, com informações do G1 • 17h17

Uma criança de sete anos, que teve a identidade preservada teve 40 larvas retiradas da cabeça nesta semana, no Hospital Dulce, em Praia Grande, litoral de São Paulo.

De acordo com informações do G1, a menina foi internada no último dia 3 de outubro com uma lesão causada por paralisia na cabeça. Segundo a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), a criança ficou em atendimento médico em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) até o dia 4 e foi transferida ao Hospital Irmã Dulce. O Conselho Tutelar investiga o caso, que segue em segredo de Justiça.

"Nas primeiras 24h, ainda no UPA, tiraram mais de 40 'bernes' [larvas]. Mas ela precisava de uma transferência para atendimento especializado, porque já havia larvas mais profundas que continuavam comendo a cabeça. Então corri atrás disso, divulgando nas redes sociais para que ela fosse transferida ao Hospital Irmã Dulce", explica Fabiano Miranda, médico que acompanha o caso.

A SPDM afirma não ter autorização para informar o estado de saúde da criança e os procedimentos médicos pelos quais está sendo submetida. Segundo o médico veterinário, o risco já está controlado e equipes médicas ainda estão retirando larvas, que já saem mortas.

Tratamento

Fabiano conta que foi chamado pela enfermagem da UPA, já que a "berne" é uma larva que aparece principalmente em animais. "Essa doença causa vários estragos, falando da parte veterinária", diz. A doença é causada pelos ovos da mosca, que, quando depositados em ferimentos abertos na pele do animal ou do ser humano, se tornam rapidamente larvas.

"Quando se trata de mosca, na cabeça de criança, normalmente se dá por ferimento causado por piolho. Mas a mãe relatou que a criança não tinha nenhum piolho, então é possível ela ter batido a cabeça de alguma forma, causando o ferimento. Como a menina tem um cabelo mais cheio, dificultou que a mãe visse o ferimento", explica.

De acordo com o médico veterinário, após a criança reclamar de fortes dores de cabeça, a mãe encontrou os buracos. "Não foi negligência da mãe, em momento algum. Após ela notar o ferimento, levou ela rapidamente ao hospital. A primeira vez que vi fiquei desesperado, a criança chorava demais, porque o bicho se alimenta de carne e estava comendo a cabeça dela."

O profissional continua acompanhando o processo de tratamento. De acordo com ele, não é normal encontrar casos como esse na cidade. Em ambiente rural, eles são mais recorrentes. "Nos meses de setembro e outubro também aumentam as ocorrências. Estou acompanhando a melhora da criança diariamente e irei visitá-la pessoalmente", diz Fabiano.