Saúde

Projeto nacional para acabar com tuberculose em presídios é realizado no MS

Ações educativas estão sendo desenvolvidas com familiares de custodiados em unidades penais do estado

12 NOV 2019 • POR Vitória Ribeiro, com informações assessoria • 14h48
A orientação do Ministério da Saúde é que todo tossidor dentro do sistema prisional seja investigado - Reprodução

O projeto nacional "Prisões Livres da Tuberculose", idealizado pelo Ministério da Saúde tem como foco promover a conscientização sobre a doença, principalmente no que se refere aos sintomas e formas de tratamento, além de prevenir a proliferação, já que é de fácil transmissão. O Ministério da Saúde conta com parceria do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e Fiocruz. As ações educativas se estenderão aos custodiados, profissionais da saúde e de segurança dos estabelecimentos penais.

A Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), por meio da Diretoria de Assistência Penitenciária da Agepen e sua Divisão de Saúde, oferece o apoio logístico necessário e conta com a apoiadora do projeto, enfermeira sanitarista e doutora em Doenças Infecciosas e Parasitárias, Marli Marques,  para realização destas ações, com a colaboração de mobilizadores.

Na capital, durante os dias de visita a equipe do projeto “Prisões Livres da Tuberculose” e colaboradores do Laboratório Central de Saúde Pública de Mato Grosso do Sul (Lacen/MS) abordaram os familiares de internos do Complexo Penitenciário – Estabelecimento Penal “Jair Ferreira de Carvalho” (presídio de Segurança Máxima da capital), Instituto Penal de Campo Grande (IPCG), Centro de Triagem “Anísio Lima” e Presídio de Trânsito (Ptran).

Segundo a apoiadora Marli Marques, a abordagem consistiu em questionamentos sobre a doença e distribuição de materiais educativos para leitura ou repasse aos internos. “Estes estabelecimentos totalizam aproximadamente 5,1 mil internos com cerca de 2 mil visitantes abordados nos dias 7 e 8 de setembro deste ano”, informa, afirmando que todo o material repassado foi fornecido pela Secretaria de Estado de Saúde (SES).


Estas atividades educativas contemplaram o Complexo Penitenciário do Jardim Noroeste, o Estabelecimento Penal Feminino “Irmã Irma Zorzi” (EPFIIZ) e a Penitenciária Estadual de Dourados (PED), realizadas entre março e novembro deste ano.

A tuberculose é uma doença infecciosa, de transmissão respiratória, que afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e sistemas. O principal sintoma é a tosse na forma seca ou produtiva. “Por isso, a orientação do Ministério da Saúde é que todo tossidor dentro do sistema prisional seja investigado”, orienta a enfermeira Marli.

A transmissão da tuberculose é aérea. Ao falar, espirrar e, principalmente ao tossir, as pessoas com tuberculose ativa lançam no ar partículas que contêm os bacilos. Estes ficam suspensos no ar por maior tempo onde não há ventilação, ao ser inalado podem chegar aos pulmões e quando a barreira de defesa for vencida, a doença se instala. Com o diagnóstico e início do tratamento padronizado, a transmissão tende a diminuir gradativamente não havendo transmissão após 15 dias de tratamento. No entanto, a cura vai ser alcançada após seis meses de tratamento diário e correto.

Atualmente, os custodiados em presídios de Mato Grosso do Sul que apresentam sintomas passam por triagem médica no próprio presídio, onde também é feita a coleta do escarro para os exames. Casos que necessitam de exames de raio-X são encaminhados para a rede SUS.

O Módulo de Saúde do Complexo Penitenciário, na capital, conta com estrutura necessária para realizar diagnóstico laboratorial da tuberculose em apenas duas horas, agilizando assim o tratamento dos pacientes suspeitos. O aparelho denominado GeneXpert foi fornecido à Agepen pelo Ministério da Saúde, por intermédio da Secretaria Estadual de Saúde e passou a operar no final de agosto.

Nos casos detectados, os internos infectados recebem atendimento na própria unidade prisional, sendo realizado rastreio em todos os companheiros de cela, bem como outros detentos de maior convívio, além de orientação a familiares para procurarem atendimento médico na rede básica de saúde.