Polícia

Vídeo - Mulher comemora e homem se mostra orgulhoso pela morte de animal ameaçado de extinção

Três onças pintadas aparecem abatidas na carroceria de caminhonete

13 NOV 2019 • POR Vitória Ribeiro, com informações Compre Rural • 16h55
Suspeita é de que caso tenha ocorrido em Mato Grosso, autoridades investigam - Reprodução/Internet

Após vídeo viralizar nas redes sociais, "matador de onça" está sendo localizado pela Polícia Civil. O vídeo mostra uma mulher comemorando que o homem, o qual ela chama de "Carrapicho", chegou com três onças pintadas mortas na carroceria da caminhonete. 

Conforme apurado pela Polícia Militar Ambiental de Mato Grosso do Sul, é muito provável que não tenha ocorrido aqui no estado. De acordo com o tenente-coronel Queiroz, após tomar conhecimento do vídeo, policiais começaram a investigar em grupos policiais e alguns da imprensa, sobre alguma informação que pudesse ser útil. 

"Uma jornalista me disse que o homem já foi identificado e o delegado está na procura do homem. Não é informação oficial, mas me parece que é isso. A jornalista até me passou o contato do delegado, mas como é bem provável que tenha acontecido na área rural do município de Água Boa, em Mato Grosso, não tem muito o que a gente fazer. O município de lá é quem fica responsável pelos procedimentos cabíveis", informou Queiroz.



No Brasil, matar qualquer animal silvestre é crime ambiental com pena de seis meses a um ano de detenção, além de multa de até R$ 5 mil. No entanto, a lei abre exceção aos casos de legítima defesa comprovada. Durante a filmagem, a mulher que grava dá os parabéns para o caçador e comenta que os animais estariam comendo parte do gado da propriedade rural. O caçador comenta que as onças estavam agrupadas e foram mortas enquanto estavam em uma árvore. 

Ameaçado de extinção, animal ataca rebanhos e preocupa produtores. Com o avanço da ocupação de reservas ambientais e a menor oferta de alimentos nas florestas, o número de casos de onças em lavouras e pastagem vem aumentando ano a ano no país e tem preocupado tanto produtores rurais quanto ambientalistas. Além dos prejuízos econômicos dos ataques dos felinos às cabeças de gado, a polícia ambiental teme que os agricultores possam maltratar o animal, que corre risco de extinção e é protegido por lei. 

“Salvar essa espécie da extinção é um dever de toda a sociedade, cabendo aos proprietários de terras a liderança na tomada de decisões que determinarão o êxito ou o fracasso dessa empreitada que envolve e será igualmente apreciada pelas futuras gerações”, diz a Ong Onça Pintada. Dados do Instituto apontam que a onça-pintada já foi extinta em mais de 50% de sua distribuição geográfica original e que, atualmente, a presença do felino se restringe a países da América Central e do Sul – até o norte da Argentina. A espécie é considerada extinta em El Salvador e no Uruguai. Aproximadamente metade da distribuição atual da onça-pintada, 48%, encontra-se no território brasileiro, o que faz do Brasil um país extremamente importante para garantir a conservação da espécie no longo prazo. 

A polícia ambiental orienta que assim que os agricultores entrarem em contato ou avistarem o felino entrem em contato com os órgãos ambientais do Estado imediatamente para que medidas de preservação sejam tomadas. No Brasil, somente a caça de javalis é permitida por meio da Instrução Normativa Nº 12, de 25 de março de 2019 do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). 

Para a caça do animal é necessário o cumprimento de uma série de regras e que seja para fins de controle de danos à saúde pública. A população elevada de javalis tem causado danos à fauna e à flora, desencadeiam o assoreamento de corpos d’água e processos de erosão do solo, além de representarem um grave risco sanitário para a atividade pecuária.