Internacional

EUA e Talibã do Afeganistão retomam negociação de paz

Cerca 2.400 militares norte-americanos foram mortos na guerra

7 DEZ 2019 • POR Jônathas Padilha, com informações da Agência Brasil • 16h40
Guerra entre as nações já matou milhares de afegãos - Reprodução/Internet

Os talibãs do Afeganistão confirmaram neste sábado (7) a retomada das negociações com os Estados Unidos (EUA) em Doha, no Catar.

Retomada aconteceu três meses após o presidente norte-americano, Donald Trump, ter cancelado as conversações, depois de um ataque em Cabul, que morreu um soldado americano.

Suhail Shaheen, porta-voz dos talibãs no Catar, fez a seguinte publicação em sua conta no Twitter. "Hoje, a equipe de negociação do emirado islâmico, liderada pelo respeitado mulá Baradar Akhund, número dois dos talibãs, retomou as negociações com a equipe de negociação dos Estados Unidos a partir de onde foram suspensas", tweetou.

O porta-voz ainda disse que as negociações continuam nesse domingo (8) e que Anas Haqqani, filho do fundador da rede Haqqani, importante ramo da rebelião talismã, libertado em novembro de uma prisão afegã como parte de uma troca de prisioneiros, participou dessa negociação como membro da delegação talibã.

Haqqani e mais dois prisioneiros do talibã foram libertados pelo governo afegão em troca de dois professores universitários ocidentais, como medida de reforço da confiança, para abrir caminho à retomada das negociações.

A libertação serviu também para aproximar posições entre o governo afegão e os talibãs, que se recusam a negociar pessoalmente com o presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani. Os talibãs o consideram “fantoche do ocidente”.

Zalmay Khalilzad foi o enviado dos Estados Unidos para a reconciliação e desempenhou um papel ativo no intercâmbio de prisioneiros.

Khalilzad chegou ao Afeganistão na quarta-feira (4) e realizou uma série de reuniões com líderes e políticos no país, incluindo o presidente Ghani.

Ghani pediu para Khalilzad levar em consideração que para iniciar o processo de paz, os talibãs devem aceitar um cessar-fogo e as conversações devem abordar a questão dos refúgios dos talibãs no vizinho Paquistão.