Internacional

Falta de ambição divide plenário na COP25

Negociações se estenderam por toda noite em busca de acordo

15 DEZ 2019 • POR Marya Eduarda Lobo, com informações da Agência Brasil • 13h30
Foi dado tempo às delegações para estudarem e decidirem sobre um novo texto - Reuters/Sergio Perez

Mesmo com novos projetos de resolução trabalhados durante a noite e apresentados, na manhã deste sábado (14), o plenário da reunião do clima da Organização das Nações Unidas (ONU) continuava dividido, com União Europeia e países como o Brasil e México em desacordo com os textos.

Já em "tempo extra", depois de a 25ª Conferência das Partes (COP25) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas ter chegado ao seu último dia, nesta sexta-feira (13), referências à ambição das metas nacionais e referências aos relatórios científicos levaram várias nações a manifestar "desconforto" e desacordo em relação aos textos em discussão.

A delegação da União Europeia declarou que as partes não podem sair de Madrid "sem uma forte mensagem de ambição”. "É algo que, no exterior, esperam de nós, e nós temos que ouvir esse apelo", afirmou a porta-voz da delegação.

A delegação mexicana notou também que no rascunho de resolução "não há referência a um dos feitos mais aplaudidos" da conferência, "a adoção de um novo plano de ação para o gênero, que leve em conta os direitos humanos e os desafios que as comunidades locais e os povos indígenas enfrentam".

O Brasil manifestou "profundo desconforto" com a inclusão no texto de uma proposta para aprofundar o debate sobre os efeitos das alterações climáticas em terra, entendendo que "não há razão para prosseguir esta discussão", que se debruça sobre gestão de florestas e outros temas.

Arábia Saudita e Rússia manifestaram-se contra a posição brasileira, defendendo que não há razão para manter no texto referências aos efeitos do aquecimento global nos oceanos e retirar as que dizem respeito aos efeitos em terra.

Com o plenário novamente interrompido, foi dado tempo às delegações para estudarem e decidirem sobre um novo texto que se refere à aplicação do artigo 6 do Acordo de Paris para limitar o aquecimento global, que será novamente analisado numa reunião que não tem, para já, fim à vista.