Política

Bolsonaro sanciona lei de reeducação para agressores de mulheres

Projeto criado em 2016, já possui medidas similares que ocorrem em alguns Estados brasileiros

6 ABR 2020 • POR Sarah Chaves, com informações da assessoria • 13h15
Presidente Jair Bolsonaro sancionou a lei na última sexta-feira - AFP

Um projeto aprovado pelo Senado em fevereiro, foi sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro na última sexta-feira (3), e determina que agressores de mulheres podem ser obrigados a frequentar centros de reeducação, além de receber acompanhamento psicossocial (Lei 13.984, de 2020).

A nova lei altera a Lei Maria da Penha (Lei 11.340, de 2006), o juiz já poderá obrigar eventuais agressores a frequentarem esses cursos a partir da fase investigatória de cada caso verificado de violência contra a mulher. Isso porque essas medidas estão no rol da proteção urgente das vítimas.

A reeducação não livrará o cumprimento da eventual pena ao final do processo, decidida contra o agressor no âmbito do processo judicial pela agressão. 

A autora do projeto, que é de 2016, é a ex-senadora Regina Sousa, hoje vice-governadora do Piauí. Na época, ela lembrou que alguns Estados já adotam estratégias de reeducação e acompanhamento psicossocial dos agressores, apresentando bons resultados, como em São Paulo, Mato Grosso e Rio Grande do Norte.

Para ela, incluir a medida na Lei Maria da Penha dá mais segurança jurídica a essas ações e poderá generalizar a adoção dessas estratégias por todo o país.

O relator da proposta, senador Arolde de Oliveira (PSD-RJ), diz que a reeducação é para a proteção emocional do homem. “A frequência aos grupos de reeducação e apoio não apenas contribui para diminuir os casos de reincidências, mas concorre também para a proteção emocional do próprio agressor, com a oportunidade de se reeducar, para conviver melhor com a sociedade e com a sua família em particular”, falou.

Na ocasião, Arolde reforçou que é comum que casos de violência contra mulheres passem por escaladas, que começam com agressões verbais e psicológicas, avançam para a violência física até culminarem em assassinatos.