Brasil

Após atritos com Weintraub, China quer reduzir importação brasileira

Em nota, embaixada chinesa afirmou haver influências negativas no desenvolvimento da relação dos países

7 ABR 2020 • POR Da redação • 16h54
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, causou atritos com a China após publicação no Twitter - Reprodução/assessoria

Após comentários de Eduardo Bolsonaro e do ministro da Educação, Abraham Weintraub, contra o governo chinês, o chefe da Câmara de Comércio e Indústria Brasil China, Charles Andrew Tang, se diz preocupado com a sucessão de atritos na relação entre os dois países em meio à pandemia do novo coronavírus.

No último sábado (4), em postagem no Twitter, Abraham Weintraub, usou o personagem Cebolinha, da Turma da Mônica, para ironizar a China, onde teve início o alastramento do coronavírus. A mensagem insinuava que a crise mundial beneficiava o país asiático. A acusação, que não foi acompanhada de provas, causou "forte indignação e repúdio" na diplomacia chinesa, segundo nota da embaixada.

A Embaixada da China deixou claro seu descontentamento e, em recado ao governo brasileiro, citou em nota na segunda-feira (6), haver "influências negativas no desenvolvimento saudável das relações bilaterais".

A China é o maior parceiro comercial do Brasil no mundo, como por exemplo em relação à soja que somente no ano passado, ocomprou quase 80% de toda a produção da commodity produzida em solo brasileiro. O mesmo ocorre com o frango e a carne suína.

No mesmo sábado do post de Weintraub, o Ministério da Agricultura chinês anunciou que pretende reduzir, "por questão de segurança", as importações de soja brasileira e ampliar as dos EUA.

De acordo com o UOL, o chefe da Câmara de Comércio e Indústria Brasil China afirmou que o país asiático, além de ser o maior parceiro comercial do Brasil, é responsável por produzir mais de 90% dos equipamentos de saúde em escala global, e para melhorar a estrutura de combate ao coronavírus no Brasil, Bolsonaro dependeria de uma boa relação com os chineses.

Porém o presidente da Associação Brasileira de Produtores de Soja.(Aprosoja Brasil), Bartolomeu Braz Pereira, disse que não há "preocupação" do setor com um eventual estremecimento nas relações diplomáticas com a China, mesmo com os últimos acontecimentos diplomáticos.