Política

Collor pede perdão pelo bloqueio de ativos em 1990

Após 30 anos, o ex-presidente afirmou que na época a decisão pareceu "o caminho certo"

18 MAI 2020 • POR Sarah Chaves • 16h16
Fernando Collor de Mello é atual senador por Alagoas até 2023 - Reprodução

O ex-presidente e atual senador por Alagoas Fernando Collor (Pros), publicou nesta segunda-feira (18), em seu Twitter, um pedido de desculpas pelo bloqueio de parte do saldo de cadernetas de poupança e contas-correntes durante seu governo, em 1990. “Nosso objetivo sempre foi o bem do Brasil e dos brasileiros”, postou.

Collor enfatizou que quando assumiu o governo o país enfrentava uma imensa desorganização econômica devido a inflação de 80%, e segundo ele o bloqueio dos ativos pareceu o certo a fazer. “Acreditei que aquelas medidas radicais eram o caminho certo. Infelizmente errei. Gostaria de pedir perdão a todas aquelas pessoas que foram prejudicadas pelo bloqueio”, salientou.

Em uma sequência de publicações na rede social, Collor afirmou que a "decisão foi dificílima”, pois o Brasil estava no limite e o plano pareceu economicamente viável, mas “politicamente sensível”, com grandes chances de êxito no combate à inflação.

Governo Collor

Fernando Collor foi o primeiro presidente eleito após a redemocratização, tomou posse em março de 1990 e renunciou à Presidência da República em dezembro de 1992, na reta final do processo de impeachment. 

Parte do Plano Collor (nome dado ao conjunto de reformas econômicas e planos para estabilização da inflação criados durante sua presidência) MP 168/1990, limitou os saques a 50 mil cruzeiros, moeda que substituiu o cruzado novo. O valor é equivalente a R$ 18 mil reais hoje. A promessa do governo à época era desbloquear o restante do dinheiro em um ano.

Ele foi eleito senador por Alagoas em 2006 e reeleito em 2014.