Justiça

“Quem desvia dinheiro público em meio à pandemia, é sociopata”, diz procurador-geral

Em entrevista exclusiva o JD1, Alexandre Magno falou sobre corrupção, pandemias e fake News

26 MAI 2020 • POR Flávio Veras • 18h33

O procurador-geral de Justiça de Mato Grosso do Sul, Alexandre Magno, concedeu uma entrevista exclusiva ao JD1 notícias, nesta terça-feira (26). Para o Magno, "a corrupção é algo, em si, extramamente repudiável, mas em tempo de pandemia, é ato de um sociopata”.

Recém empossado ao cargo, Magno também falou sobre o trabalho que vem sendo realizado, bem como o que desenvolverá a frente do órgão. Sobre a guerras entre instituições, principalmente travada entre poderes da República e entes da Federação, o promotor foi categórico em afirmar que as instituições necessitam cada vez mais de diálogo. “As instituições necessitam cada vez mais em dialogar. O MP que eu acredito é aquele que constrói pontes, não de forma midiática. A decisão política deve ser feita pelo gestor, cabe ao MP e todos os atores nele inserido, trabalhar em conjunto com as autoridades e fiscalizar. O cidadão não está preocupado se foi polícia, promotoria, ele que saber que o dinheiro não vai ser desviado”, afirmou.

Sobre a corrupção, o procurador-geral salientou que o ato em si é repudiável, mas em tempo de pandemia, é algo não humano. “O exemplo que eu dou sobre esse fato atual é o MP em que eu acredito. Um órgão que constrói pontes e não atua de forma midiática. A decisão política deve ser feita pelo gestor, cabe ao MP todos os atores nele inserido, trabalhar em conjunto com as autoridades de fiscalização e coibir malfeitos. Pois o cidadão não está preocupado se foi polícia ou promotoria, que pegou o bandido, ele que saber que o dinheiro não vai ser desviado e, caso ocorra o crime, ele pague por isso”, projetou.

Sobre o enfrentamento das crises sanitária e econômica, o promotor afirmou que ninguém tem a medida correta e, por isso, a importância do diálogo entre as autoridades. “O que temos é muito discurso de falastrões, mas não apontam soluções. O gestor deve analisar os dados e gerar condições de amenizar os impactos na economia e, ao mesmo tempo, cuidar da saúde da população. Já o cidadão, tem que se cuidar e tentar exercer todos os procedimentos de higiene pessoal e biossegurança”, exemplificou.

Ensinamentos da pandemia

Para Magno, apesar da Covi-19 ser uma doença aterrorizante, ele pode trazer diversos ensinamentos, no que ele classificou, como uma “novo normal”. “Inteligência artificial, é algo que o MP vem investindo muito. Nela, temos as condições de analisar se o candidato está apto a concorrer. Todo o MP é virtual, todo sistema é integrado. Vamos atuar cada vez mais pela unidade institucional, é fazer mais com menos recursos público e a pandemia nos mostrará isso”, disse.

E complementou raciocínio dizendo que “a pandemia vem trazendo muitas percepções importantes. Porque nós temos que nos cuidar, usamos máscaras, tudo isso para não afetar o outro, demonstrando empatia da nossa sociedade. Outra coisa importante, não podemos separar as classes, deixando este abismo entre os mais pobres e mais ricos, pois os condomínios não ficaram sem porteiro, sem limpeza. Isso demonstra o quanto esses mais marginalizados são importantes. Não demita se puder, não tire seus filhos das escolas, pois a economia precisa girar e proteger aqueles mais pobres. Portanto tenham mais carinho com o próximo, é isso que tento passar aos meus amigos e familiares”, pediu.

Fake News

Em relação as notícias falsas, a propagação delas podem aumentar, principalmente durante as eleições municipais, pois aglomerações não poderão ser realizadas em muito tempo. “Começando o pleito, a nossa percepção da campanha será baseada nessa nova normalidade. Pode favorecer a publicidade em redes sociais e ampliação das fake News. Cabe aa nossa força de trabalho coibir esse fenômeno”, finalizou.