Geral

Dólar sobe com escalada de tensões entre China e Estados Unidos

Mercado mantém cautela antes de Presidente Donald Trump tratar de tema em coletiva de imprensa

29 MAI 2020 • POR Priscilla Porangaba, com informações da Exame • 12h11
Às 10h50, o dólar comercial subia 0,7% e era negociado por 5,425 reais - Reprodução/Internet

O dólar sobe frente ao real, nesta sexta-feira, 29, com a apreensão dos investidores antes da coletiva de imprensa em que o presidente Donald Trump irá tratar de assuntos relacionados à China.

Às 10h50, o dólar comercial subia 0,7% e era negociado por 5,425 reais, enquanto o dólar turismo, com menor liquidez, avançava 2,3%, cotado a 5,72 reais.

A expectativa é a de que o presidente americano anuncie medidas duras como forma de retaliação à tentativa da China de aumentar o controle sobre Hong Kong.

Nesta semana, o parlamento chinês aprovou a lei de segurança nacional, motivo de protestos no território autônomo. “Se ele anunciar sanções vai azedar o mercado”, disse Jefferson Ruik, diretor de câmbio da Correparti.

Ruik também avalia que o a “briga da Ptax” de fim de mês pode pressionar o dólar para cima. “A gente acredita que os comprados vão estar mais fortes nessa sessão.” A taxa serve como referência para contratos em dólar. Para definir a taxa, o Banco Central realiza quatro consultas ao mercado, sendo a última se encerra às 13h10. Ou seja, até lá, esse fator pode exercer pressão sobre o câmbio.

Apesar do tom negativo para a moeda local, o dólar chegou a abrir em queda frente ao real, logo após Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) divulgar que o produto interno bruto (PIB) do primeiro trimestre teve contração de 0,3% em relação ao mesmo período do ano passado.

A mediana das projeções do mercado apontava para uma queda de 0,4%.“O mercado gostou. Esse 0,1% faz toda diferença”, afirmou Jefferson Laatus, estrategista-chefe do Grupo Laatus.

Laatus também destacou que o último pronunciamento do presidente do Banco Central, Roberto Campos Netto também ajudou a fortalecer o real na abertura.

Na véspera, o presidente do BC disse que estava preparado para atuações mais incisivas no câmbio, antes de o real sair das mínimas do ano. “Ele mandou um recado claro. Quem apostar contra o real vai quebrar a cara”, disse Laatus.