Política

Mansour rebate fala de Bolsonaro que contraria exame da OAB

Segundo o presidente da República, a seleção não seria necessária para exercer a profissão de advogado

29 MAI 2020 • POR Flávio Veras • 14h32
Segundo Karmouche, foi mais uma “bravata” feita pelo presidente que, quando deputado, sempre foi contra a qualificação - JD1 Notícias/Arquivo

O presidente da Ordem do Advogados do Brasil (OAB) de Mato Grosso do Sul, Mansour Karmouche, rebateu nesta sexta-feira (29) a dala do presidente Jairo Bolsonaro (sem partido) que não vê motivos para que ainda exista exame da ordem para que bacharéis em direito exerçam a profissão de advogado. Segundo Karmouche, foi mais uma “bravata” feita pelo presidente que, quando deputado, sempre foi contra a qualificação.

Ainda conforme o presidente da OAB, o presidente adota essa narrativa hoje porque o presidente nacional da entidade, Felipe Santa Cruz, é seu adversário político. “O presidente quando deputado, sempre teve essa falácia, imagino poque um dos filhos dele não conseguiu passar no exame. Essa é uma só uma das narrativas dele, que parece querer desviar o foco de pontos importantes para o país”, afirmou.

Em relação ao presidente ao presidente da OAB nacional, Karmouche afirmou que a postura dele não condiz com o cargo que exerce. “Nossa entidade não deve se posicionar politicamente, temos o dever de resguardar a Constituição Federal como operadores da Lei, e nos pronunciar quando ela é violada. Porém, Santa Cruz, assim com o presidente Bolsonaro, parece não entender a liturgia do cargo que ele exerce, pois em suas redes socias, comenta até demissões e falas de ministros, isso é lamentável, finalizou.

Fala do presidente Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta sexta-feira (25) não achar necessária a realização do exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), obrigatório para o exercício da advocacia no país. Ele ressaltou a dificuldade para mudar a legislação a esse respeito.

Em conversa com militantes, na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro afirmou que até Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara preso desde 2016, tentou aprovar um projeto de lei sobre o tema e foi derrotado “mesmo com toda a força que tinha naquele momento”, o que mostraria a dificuldade de mudar o procedimento.

Eu acho justo [não precisar do exame]. Fez faculdade, pode trabalhar. Não tem que fazer exame de ordem não pra... que é um caça níquel muitas vezes, tá certo?”, disse o presidente.

Bolsonaro respondia a uma pessoa que se identificou como sargento Ivan Soares, vice-presidente da Associação Nacional dos Bacharéis em Direito e pedia celeridade ao Projeto de Lei 832/2019, que trata da extinção da exigência do Exame de Ordem.