Cidade

Praça do Rádio se torna palco de grito antirracista em Campo Grande

Diversas pessoas se reuniram em movimento realizado neste sábado

6 JUN 2020 • POR Gabriel Neves • 16h10
Manifesto antirracista na Praça do Rádio em Campo Grande - Gabriel Neves

O tempo nublado e as pequenas gotas de chuva que caiam do céu não impediram que diversas pessoas se reunissem na tarde deste sábado (6), para levantar cartazes e gritar, em nome de muitos, por uma mesma causa, o antirracismo.

Os manifestantes, vestidos de preto, se encontraram na Praça do Rádio em Campo Grande, com frases como "Alanys presente", "eu quero viver", vidas negras importam", mais que palavras, um sentimento exposto para que ali presente pudessem ver e refletir.

Romilda Pizani, Coordenadora do Fórum Permanente das Entidades do Movimento Negro/MS, foi uma das mulheres negras que esteve no local, pegou o mega-fone e expôs suas ideias e críticas em relação a sociedade para todos ali presente.

"A cultura sul-mato-grossense é uma cultura que muito discrimina, ainda nos dias de hoje, é uma cultura que ainda insisti e persisti em fazer com que a população negra não tenha visibilidade e que essa mesma população negra não tenha acesso aos seus diretos", disse Romilda ao JD1 Notícias.

Por conta disso, ela ressalta a importância de manifestos desse tipo estarem acontecendo em Campo Grande, "esse momento pra mim é muito importante, ao chegar aqui e ver tantas pessoas, negras e não negras, lutando pela mesma causa, isso é muito importante, isso é muito especial, isso é muito significativo, nós estamos falando na desmistificação de toda uma cultura que é imposta nesse país, estamos falando na reestruturação de uma sociedade" afirmou.

Bastou rápidas olhadas para perceber a forte presença policial no local, viaturas, militares de coletes e até mesmo um helicóptero estava sendo utilizado, efetivo criticado pelos manifestantes que realizaram um ato pacifico.

"O que nós estavamos fazendo de errado dentro dessa praça para que a polícia trouxesse helicóptero para sobrevoar, policial armado com fuzil, o que a gente está fazendo de errado aqui? Estamos como qualquer outro cidadão dentro de uma manifestação, como os fascistas estão lá em cima fazendo uma manifestação", indagou uma das manifestantes descontente com o tamanho da força militar no local.

A mesma manifestante, integrante do Coletivo Alanys Matheusa, falou da criação do movimento, apresentado como o primeiro movimento antirracista dentro de Campo Grande.