Clima

Poeira do Saara interfere em chuvas na Amazônia, mas não chega a MS

Região norte do Brasil poderá ser mais afetada pela "nuvem de poeira Godzilla"

24 JUN 2020 • POR Sarah Chaves • 16h16

A nuvem de ar do Saara que preocupa alguns brasileiros terá pouca interferência no Mato Grosso do Sul, de acordo com a coordenadora do Centro de Monitoramento de Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec/Semagro), Franciane Rodrigues

Foi anunciado que a massa de ar muito seco e com poeira do deserto africano, que alguns especialistas chamam de "nuvem de poeira Godzilla" se move em direção às Américas.

Segundo Franciane, a poeira do deserto do Saara interfere no regime de chuva e qualidade do ar da região norte do Brasil especialmente na região amazônica.

Porém para o Estado de Mato Grosso do Sul, e no Brasil Central haverá pouca interferência. “Nessa área estamos sobre predomínio de uma massa de ar seco. Nossa fonte de poluição são as queimadas”, ressalta Franciane.

Sobre a nuvem de poeira do Saara

A nuvem de poeira Godzilla é  um fenômeno recorrente a cada ano, mas que parece ter se intensificado em 2020. No Caribe, os efeitos já são sentidos. Em vários países existe a recomendação para que os cidadãos usem máscaras e evitem atividades ao ar livre, dada a alta concentração de partículas no ar.

De acordo com Olga Mayol, especialista do Instituto de Estudos de Ecossistemas Tropicais da Universidade de Porto Rico, a atual nuvem tem uma concentração mais alta de partículas de poeira observadas na região em comparação com os últimos 50 anos.

O fenômeno começou a ser observado em uma área do oeste da África há uma semana e agora já percorreu mais de 5 mil km pelo mar até o Caribe, passando por terra em partes dos continentes americanos, como a Venezuela.