Polícia

PF prende blogueiro bolsonarista em Campo Grande

Oswaldo Eustáquio é acusado de promover manifestações antidemocráticas

26 JUN 2020 • POR Flávio Veras, com informações da CNN • 13h10

O blogueiro Oswaldo Eustáquio foi preso pela Polícia Federal nesta sexta-feira (26), em Campo Grande. A operação que culminou com a captura do suspeito é um desdobramento do inquérito que apura o financiamento de atos antidemocráticos no Brasil.

A suspeita é de que o canal que ele mantém na internet recebe recursos indevidos. Essa foi a setima prisão desde o início da investigação.

Eustáquio, que é ligado a Sara Winter. De acordo com reportagem da CNN Brasil, havia informação de que o jornalista estaria em Ponta Porã, na fronteira do Brasil com o Paraguai, e havia risco de fuga.

Este é um novo mandado de prisão decretado pelo Supremo Tribunal Federal. O inquérito é comandado pela Procuradoria Geral da República.

Segundo as investigações, Oswaldo Eustáquio defende de forma oblíqua a ruptura institucional.

Os investigadores citam por exemplo uma postagem em que ele afirma: "Esse Supremo Tribunal Federal... corrupto... corrupto, que que ele fez? [Está] mancomunado com o Rodrigo Maia. [....] Em 64 não houve golpe militar, foi um contragolpe... porque daqui a pouco as pessoas vão falar: Oswaldo, você é a favor de uma intervenção militar? Não, eu sou a favor de uma intervenção do povo".

O canal que Eustáquio mantém na internet tem mais de 264 mil inscritos. A Procuradoria Geral da República (PGR) determinou a quebra dos sigilos do blogueiro e quer apurar se a página recebe dinheiro pela divulgação dos atos.

“Para que se tenha uma dimensão dos volumes envolvidos nesse mercado, um relatório de uma empresa especializada em análises estatísticas de páginas do YouTube dá conta de que as 829 mil visualizações obtidas com o vídeo da "live" que o presidente [Jair Bolsonaro] gravou no último dia 3 de maio na frente do Palácio do Planalto podem ter gerado um lucro entre US$ 6 mil e US$ 11 mil para o administrador do canal "Folha Política", que tem 1,8 milhões de inscritos". Já o vídeo da "live" presidencial no dia do Exército rendeu 1,5 milhão de visualizações ao canal "Foco do Brasil", e pode ter proporcionado um lucro entre US$ 7,55 mil a US$ 18,8 mil dólares apenas com os recursos de monetização oferecidos pela plataforma”, escreveu a PGR.