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“Desafio é permanente”, diz Riedel sobre decisões na pandemia

Prosseguir define parâmetros para decisões nos municípios de MS

11 JUL 2020 • POR Da redação • 10h30
O secretário de Governo e Gestão Estratégica, Eduardo Riedel anunciou no início do mês, o Programa Prosseguir, para apoiar prefeitos e empresários na pandemia - Reprodução

O secretário de Governo e Gestão Estratégica, Eduardo Riedel, não considera um mérito o fato de Mato Grosso do Sul ter o melhor índice no combate a pandemia do novo coronavírus no Brasil, mas o fato de o Estado “seguir tentado fazer o dever de casa, de certa forma consola”.

Apesar de Mato Grosso do Sul ainda apresentar os menores índices de óbitos e casos confirmados em todo o país, observa-se uma curva ascendente de crescimento do COVID-19 em todo o estado. Equilibrar as decisões relacionadas à manutenção das atividades econômicas com as medidas preventivas de propagação do contágio, é o grande desafio, aponta o secretário, que anunciou no início do mês, o Programa Prosseguir, com parâmetros objetivos para apoiar prefeitos e empresários na tomada de decisões.

“O atual momento é delicado. O sentimento é que o desafio é permanente, não queremos ver a continuidade deste crescimento da pandemia”, reforça Riedel destacando que desde janeiro o Governo do Estado, por intermédio da Secretaria de Estado de Saúde, tem estruturado sua rede de saúde com a ampliação de leitos e testagem, além da distribuição de EPI’s, entre outros.

Riedel explica a motivação e a dinâmica adotada para a iniciativa: “Esse plano gera uma métrica e resulta na objetividade das ações durante a pandemia, unindo saúde e economia. Então quando a gente olha os parâmetros da saúde, que são essenciais para se fazer frente em relação ao contágio do vírus, podemos classificar o município como determinado grau de risco, considerando número de leitos, equipamentos, medicamentos e nível de testagem”.

Com esses indicadores é possível considerar o risco, das atividades econômicas do município, classificadas em baixo, médio, alto, proporcionando assim recomendações aos gestores. “Toda quarta-feira teremos a reunião de um grupo que trabalha com essas análises. Este comitê liberará as recomendações a cada um dos municípios. A decisão de adotá-las é da gestão municipal e vamos acompanhar isso de perto”, destacou o Secretário.

Em outras palavras, a classificação funciona como um semáforo de cinco cores: verde, amarelo, laranja, vermelho e preto. “Essa é uma faixa extrema de risco e nessa escala do baixo ao alto risco”. A metodologia do PROSSEGUIR utiliza os elementos de monitoramento indicados pela Organização Pan Americana de Saúde (OPAS) e, por consequência, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), reforçando a prioridade do governo em adotar parâmetros científicos.

População protegida e economia em recuperação

O Secretário de governo salienta que o PROSSEGUIR tem como finalidade que as ações e eventuais restrições sejam efetivamente implantadas: “Sempre pensando na proteção do cidadão e na capacidade do nosso sistema de saúde, que é o que nos preocupa de uma maneira geral”.

A preocupação de Riedel, além da saúde, está também no impacto econômico que afeta toda a população: “Ao mesmo tempo que lidamos com toda esta situação de saúde pública, temos a dimensão de que a pandemia é muito mais ampla. Ela é socioeconômica. Temos a visão específica dos pacientes, das famílias e dos milhares de diagnosticados. Mas também temos de pensar nos 100 mil empregos que estão deixando de existir, no pai e na mãe que estão fechando o botequinho e no pequeno estabelecimento comercial. Nestas horas muitos perguntam: uma coisa se opõe à outra? A resposta é não, trata-se de uma crise só”, enfatizou.

Em conclusão, o Secretário reforça o papel dos gestores do Estado e dos municípios: “O poder público tem de encontrar as medidas adequadas e justas, ou mais justas possíveis, e não deixar que as pressões de interesses específicos interferirem nisso, porque elas existem. Em situações como esta, cada um olha um pedaço da história, e a gente tem que olhar o livro inteiro”, ponderou.