Polícia

Rota Caipira: operação prende piloto de avião que transportava drogas e criminosos

O crime ocorreu em 2019 e o piloto mostrou um plano para se passar como vítima de um sequestro

17 JUL 2020 • POR Gabriel Neves • 10h51
Policial Civil durante a fase Rota Caipira da Operação Ícaro - Reprodução/DECO

Uma nova etapa da Operação Ícaro, chamada de Rota Caipira, foi deflagrada na manhã desta sexta-feira (17), cumprindo mandados de prisão contra integrantes de uma quadrilha especializada no tráfico aéreo de drogas no Mato Grosso do Sul.

As prisões preventivas decretadas são do piloto Edmur Guimara Bernardes, 78 anos, e do recepcionista Idevan Silva Oliveira, 53 anos, que também é funcionário público municipal.

Essa não é a primeira vez que Edmur e Idevan, mas o motivo da prisão continua sendo pelo mesmo crime. Isso porque em 2019 os dois presos relataram terem sido vítima de um sequestro, onde os criminosos teriam obrigado o piloto Edmur ir para a Bolívia de avião e resgatar uma pessoa que fazia parte de lideranças criminosas no estado.

Idevan que atuava como recepcionista no hangar em Paranaíba, onde o sequestro e roubo de avião teria acontecido, também afirmou ter sido vítima do crime, dizendo que havia sido rendido pelos mesmos criminosos que sequestraram Edmur para o transporte ilegal.

Os depoimentos de Edmur e Idevan apontavam algumas incoerências na história, fazendo com que a Delegada Ana Cláudia Medina representasse por mandados de busca e apreensão em residências, fazendas e hangares do aeroporto de Paranaíba, e também as prisões temporárias dos dois homens, que acabaram prorrogadas até julho de 2019.

Após a soltura dos dois envolvidos, a DECO realizou a prisão de Adevailson Ribeiro, vulgo Zoio, a prisão foi mantida em sigilo, pois Zoio era um dos participantes do roubo do avião e transportes dos criminosos entre o Brasil e países vizinhos.

Em depoimento, Zoio confirmou que Edmur e Idevan não eram vítimas de nenhum tipo de roubo e sequestro, mas sim que os dois faziam parte da quadrilha. Inclusive o preso afirmou que o crime ocorrido em 2019 foi todo arquitetado por Edmur, para que se parecesse com um sequestro real.

De acordo com a Delegada, o preso disse que o avião foi usado para transportar integrantes de uma facção criminosa e traficar drogas entre Brasil, Paraguai e Bolívia.