Saúde

Pesquisadores criam teste para coronavírus que fica pronto em 20 minutos

Os cientistas da Universidade Monash, na Austrália, reveleram a descoberta em publicação na última sexta-feira

18 JUL 2020 • POR Priscilla Porangaba, com informações do Uol • 17h15
O teste analisa a aglutinação de glóbulos vermelhos no sangue para detectar a presença de anticorpos criados em resposta à infecção por coronavírus - Reprodução/Internet

Pesquisadores da Universidade Monash, na Austrália, criaram um teste de sangue que pode determinar a infecção por coronavírus em cerca de 20 minutos.

O novo método consegue identificar se a pessoa está infectada no momento ou se já teve coronavírus no passado. 

A pesquisa foi conduzida pelo BioPRIA e pelo Departamento de Engenharia Química da Universidade Monash, incluindo pesquisadores do Centro de Excelência ARC em Ciência Convergente BioNano e Tecnologia (CBNS). Há dois brasileiros entre os pesquisadores, Rodrigo Curvello e Diana Alves, estudantes de doutorado na instituição. 

Com 25 microlitros plasma de sangue, o teste analisa a aglutinação de glóbulos vermelhos para detectar a presença de anticorpos criados em resposta à infecção por coronavírus. Os pesquisadores foram capazes de recuperar leituras positivas ou negativas em cerca de 20 minutos.Enquanto os testes atuais de PCR identificam pessoas que atualmente estão com covid-19, o modelo de aglutinação poderia determinar se alguém foi infectado recentemente depois que se curou e também poderia ser usado para encontrar anticorpos gerados em resposta à vacinação. 

Os pesquisadores acreditam que a descoberta permite a testagem de até 200 amostras de sangue por hora. Em alguns hospitais com máquinas de diagnóstico de alta qualidade, cerca de 700 amostras de sangue podem ser testadas a cada hora. 

“Essa abordagem simples, rápida e facilmente escalável tem aplicação imediata nos testes sorológicos para SARS-CoV-2 e é uma plataforma útil para o desenvolvimento de ensaios além da pandemia de covid-19. Somos gratos aos nossos alunos de doutorado por dar vida a isso”, disse o professor Banaszak Holl, chefe de engenharia química na Universidade Monash. 

A pesquisa foi publicada na revista ACS Sensors na última sexta-feira, 17. Os cientistas registraram a patente e agora buscam apoio comercial e do governo para aumentar a produção.