Internacional

Beirute: Com cerca de 100 mortos, hospitais enfrentam superlotação

De acordo com a Cruz vermelha, até o momento foram contabilizadas 4 mil pessoas feridas após a explosão

5 AGO 2020 • POR Sarah Chaves, com informações da Jovem Pan e CBN • 12h50
Conforme a Cruz Vermelha, o grande número de feridos levou a uma superlotação dos hospitais de Beirute - EFE/EPA/DAR AL MUSSAWIR

Após a explosão que ocorreu em Beirute, no Líbano, na tarde de terça-feira (4), a Cruz Vermelha  Libanesa, especula que pelo menos 100 pessoas morreram na catástrofe e mais de 4 mil ficaram feridas.

Na manhã desta quarta-feira (5), horas depois da explosão, cuja potência se equiparou a um terramoto de magnitude 3.3, a fumaça ainda saía do porto da cidade. As principais ruas da parte baixa da capital acumulam destroços e veículos danificados, assim como fachadas de edifícios destruídas pelo impacto

Conforme informações da Jovem Pan, o presidente da instituição Cruz Vermelha afirmou a Agência Reuters que o número de vítimas pode subir. “Ainda estamos verificando a área. Podem existir mais vítimas. Espero que não”, afirmou George Kettani.

A Cruz Vermelha, que atua em coordenação com o Ministério libanês da Saúde, afirmou que o grande número de feridos levou a uma superlotação dos hospitais de Beirute. O presidente do Líbano anunciou que o governo vai disponibilizar o equivalente a US$ 66 milhões em fundos de emergência em decorrência da explosão. Até o momento, várias pessoas continuam desaparecidas. 

A brasileira Karla Jaalouk, que vive há 22 anos no país, conta que a superlotação dos hospitais da capital,  tem obrigado os feridos a se deslocar para outros municípios.

Karla, que é presidente do grupo Amizade Brasil no Oriente Médico e está atuando como voluntária em um hospital da região, conta que a explosão devastou a capital. “Da varanda da minha casa vemos o porto de Beirute, amanhecemos com muitas casas destruídas e os hospitais lotados. Na parte da urgência está faltando materiais. Agora, os hospitais pedem que os feridos sejam transferidos para outros hospitais que não sejam na capital”, relata a brasileira.

Além da explosão e do avanço da Covid-19, o país enfrenta desde setembro do ano passado uma crise econômica “muito grande” e que “está piorando”, comenta Karla. Por conta da crise, intensas manifestações populares vinham tomando conta do Líbano, com críticas a forma de atuação do governo.

Explosão

A  explosão aconteceu pouco depois das 18h, horário local, na terça-feira e abalou a capital libanesa. As causas ainda não foram confirmadas, mas o presidente Michel Aoun informou que durante os últimos seis anos estiveram armazenadas, sem condições de segurança, em um armazém do porto, 2.750 toneladas de nitrato de amônia, produto químico utilizado em fertilizantes e bombas.

Conforme o portal CBN, o armazenamento irregular do nitrato de amônio seria, possivelmente, a causa do desastre. No entanto, outras hipóteses não são descartadas, considerando até mesmo a possibilidade de atentado.

A explosão em Beirute, sentida a 240 quilômetros de distância, ocorreu em um período em que o Líbano vive crescente crise econômica e divisões internas, enquanto lida com os danos provocados pela pandemia da Covid-19.