Economia

Caixa da petroleira de Eike Batista só aguenta mais um ano, diz jornal

25 JUN 2013 • POR Via Terra • 10h49
Bilionário tente resolver problemas da OGX com venda de parte da MMX. (Foto: Getty Images)
A OGX, empresa de petróleo do empresário Eike Batista, dispõe atualmente de recursos para apenas um ano de operação, segundo relatório do banco HSBC, distribuído a clientes e divulgado pelo jornal O Estado de S.Paulo desta terça-feira. Conforme o documento, a posição de caixa e o consumo trimestral de caixa de US$ 500 milhões (cerca de R$ 1 bilhão) são uma preocupação porque a atual posição de caixa de US$ 1,1 bilhão (cerca de R$ 2,2 bilhões) sustenta no máximo quatro trimestres.

Conforme o relatório, é imprescindível que o aporte de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 2 bilhões) prometido por Eike Batista ocorra. O jornal afirmou ainda que a renúncia dos ex-ministros Pedro Malan e Rodolpho Tourinho e Ellen Gracie, do Supremo Tribunal Federal (STF), do conselho de administração da petroleira, mostraram a real situação do problema da empresa. Ontem, em fato relevante comunicado à Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), a MMX informou que avalia oportunidades de negócio - inclusive a venda de ações detidas por Batista - assim como a de ativos.

Derrocada
Depois de ser o sétimo homem mais rico do mundo em 2011, Eike Batista enfrenta uma crise em seu patrimônio e chegou a perder US$ 20 bilhões (cerca de R$ 40 bilhões), de acordo com informações da revista Época. As empresas do seu grupo também não estão bem. A petrolífera OGX anunciou no começo de maio acordo para vender participação de 40% nos blocos BM-C-39 e BM-C-40, que contêm o campo de Tubarão Martelo, além de acumulações Peró e Ingá, na bacia de Santos, por US$ 850 milhões (cerca de R$ 1,7 bilhão). O acordo foi acertado com a companhia estatal malaia de petróleo Petronas e estabelece que a petrolífera do bilionário continuará como operadora dos blocos.

De acordo com a revista, o empresário construiu o império das empresas X sobre uma base que não era sólida, já que ele não possuía experiência no ramo de petróleo, prometendo metas consideradas altas, mas que suas empresas não tiveram a capacidade para entregá-las, principalmente com a OGX, e agora corre para tentar recuperar a credibilidade com o mercado e reerguer a empresa. Com a fortuna estimada em US$ 9 bilhões, Eike caiu para o quinto mais rico do Brasil pelo ranking da Bloomberg.

Em abril, a revista americana Businessweek também lembrou que, há um ano, Batista era o homem mais rico do Brasil e tinha o objetivo de ser o primeiro do mundo também. Mas, em um ano, seus objetivos foram destruídos. "Seu porto, que segundo ele seria o terceiro maior do mundo, ainda está em construção, apenas um dos muitos projetos atrasados e metas de produção perdidas", diz a revista. "Isso, juntamente com um declínio de 34% no preço do petróleo desde 2008, tem golpeado os preços de suas empresas e ele perdeu US$ 25 bilhões de seu patrimônio líquido, mais do que toda a fortuna do fundador da Amazon.com, Jeff Bezos." A publicação cita ainda um analista de mercados, Ed Kuczma, que diz que as pessoas acabaram investindo em "uma apresentação do PowerPoint".