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Após título, jogadores admitem que série de protestos motivou a seleção

2 JUL 2013 • POR Via Globo Esporte • 10h47
Thiago Silva e Daniel Alves destacam que protestos os motivaram. (Foto: Alexandre Durão/Globoesporte.com)
Embora os jogadores brasileiros tenham tentado durante toda a Copa das Confederações manter uma certa distância do tom político dos protestos que tomaram conta do país em junho, após o título conquistado com uma vitória incontestável sobre os atuais campeões do mundo no Maracanã o discurso mudou. A política continuou de lado, mas a emoção de ouvir o hino nacional cantado sílaba por sílaba até o fim, mesmo depois que a melodia era encerrada - fato que se repetiu em todos os jogos do Brasil na competição -, ou mesmo de observar as imagens e notícias do que estava ocorrendo pelo país, mexeu com os jogadores da seleção brasileira.

O capitão, Thiago Silva, reconheceu que a postura aparentemente distante dos jogadores em relação aos protestos era uma necessidade que, não necessariamente, refletia o que se passava internamente. A seleção entrou em campo driblando a política, mas com o objetivo de dar alegria a um povo descontente com a situação do país.

- A gente sabia do momento que o Brasil estava vivendo neste mês e a gente estava envolvido, mas não podíamos nos pronunciar e esquecer do nosso objetivo que era a competição. Mas todos nós ficamos bastante comovidos com o que aconteceu, todas as manifestações e o que falamos entre nós é que a gente mostrasse dentro de campo, que deixássemos o torcedor mais satisfeito de alguma forma. E foi importante ter a torcida sempre ao nosso lado.

Daniel Alves, por sua vez, também mostrou que os jogadores da seleção não estavam alheios ao que acontecia no país. E deixou claro que esse sentimento foi levado para o gramado do Maracanã na final.

- Nosso povo precisava do nosso esforço, precisava que a gente demonstrasse pra eles que eles teriam esse momento de alegria. Somos o povo, representamos o povo.

Como já havia feito em entrevista antes da decisão da Copa das Confederações, o atleta do Barcelona novamente criticou a postura de parte da imprensa que, na sua opinião, não quer o bem da seleção.

- A gente não pede o apoio, a gente pede o respeito. O apoio a gente pede do nosso público, como sempre falo, a seleção brasileira é de todos. Quem se preocupa com a seleção tem de trazer coisas positivas. Quem traz coisas negativas não representa a seleção brasileira. É igual a galera que vai protestar e quer quebrar tudo, esses não representam o povo brasileiro, não representam o povo que quer melhorar o país. Da mesma forma que os que criticam a seleção brasileira não querem o bem da seleção, querem o bem de si mesmos porque é a única forma de trabalhar que eles têm. Mas tem de haver um mínimo de respeito.