Em baixa com jogadores e dirigentes, Ney Franco vive pior momento no São Paulo
5 JUL 2013 • POR Via Uol • 10h51Ney Franco está bem perto de deixar o cargo. (Foto: AFP Photo/Alejandro Pagni)
Nunca Ney Franco esteve em um momento tão ruim como está agora no comando do São Paulo. O treinador já está praticamente sem nenhum apoio e pode perder o cargo antes mesmo do clássico de domingo, diante do Santos, pelo Campeonato Brasileiro.A crise se estende tanto entre os jogadores quanto com os dirigentes. Dentro de campo, os comandados detestaram as declarações de seu superior após a derrota por 2 a 1 para o Corinthians. Foi considerada traição, como gostam de dizer os atletas, a declaração dele afirmando que não poderia entrar em campo para dar passe.
Na visão deles, Ney quis se livrar da culpa de um revés que pode complicar a busca são-paulina pelo título. Até por isso, ele afirmou que o problema do time, na quarta-feira, foi técnico e não tático. Publicamente, a resposta veio da boca de Aloísio, que, inclusive, admitiu que a fala virou assunto no elenco.
O afastamento de Fabrício também não caiu bem no elenco. Os são-paulinos ficaram sabendo que o volante ficou de fora a pedido especial do treinador, diferentemente de alguns dos sete atletas que foram afastados por vontade dos diretores.
Nos últimos meses, aliás, qualquer deslize de Ney não é perdoado. O treinador se ausentou de um treino de sábado, com autorização da diretoria, e mesmo assim virou alvo de críticas.
Fora do campo, Ney Franco perdeu o apoio ao tentar as diversas mudanças táticas e não conseguir sucesso com nenhuma delas. O treinador não achou um substituto para Lucas, vendido para o Paris Saint-German, e, mesmo assim, insistiu no 4-3-3, colocando Paulo Henrique Ganso, que custou R$ 24 milhões, no banco de reservas.
Na trágica derrota para o Arsenal de Sarandí, na Argentina, pela Libertadores, o treinador chegou a testar um esquema nunca treinado, o 3-5-2. No jogo, Lúcio deixou o campo esbravejando, jogando seus equipamentos contra o chão e, na chegada ao Brasil, não poupou críticas ao treinador. Depois, como castigo ficou no banco de reservas e foi obrigado a pedir desculpas.
Juvenal Juvêncio segura o treinador por tentar não ir contra as suas próprias convicções. Durante a crise após a eliminação da Libertadores, o presidente falou que não gostaria de demitir mais um treinador, por saber que receberia críticas de torcedores e também da imprensa.
O problema é que, em ano eleitoral, ir contra a convicção da maioria dos conselheiros significa um risco muito grande na tentativa de sucessão presidencial. O mais cotado para ir ao pleito, inclusive, é Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, que já está convencido que Ney Franco não pode mais comandar o São Paulo.