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Sem ajuda, cabeleireira sustenta 79 animais abandonados em Campo Grande

5 OUT 2020 • POR Marcos Tenório, com Assessoria • 12h53
Imagem ilustrativa

A cabeleireira Graziela Siqueira Domingues, de 34 anos, já perdeu a conta de quantos animais tirou das ruas e há pelo menos seis anos, ela dedica sua vida à essa causa. Na casa onde mora, a possui hoje 25  gatos e sete cachorros. Com a mãe, em outro endereço, Grazi, como é conhecida entre os amigos, tem outros cinco cachorros e mais 25 gatos. Mas diante da necessidade de mais espaço para gerenciar todos os cuidados, ela acabou alugando uma casa em outro endereço, lá vivem onze gatos e seis cachorros, todos resgatados em diversas condições.  Ao todo, são 61 gatos e 18 cachorros. 

“Quando eu não vou até lá, minha mãe vai, a gente se reveza para ter o cuidado e ir diariamente alimenta-los. Meu marido já não quer mais animais em casa e por isso estamos em fase de separação. Ele não aceita o que eu faço e então, resolvi viver do jeito que gosto, do meu amor pelos animais”, desabafou

Grazi diz que todos os gastos que têm com os animais, desde ração a medicação, as vezes até mesmo internações que se fazem necessárias, são bancados com dinheiro do seu trabalho. “Tenho dívidas em clínicas e gastos altos, mas não recebo ajuda de ninguém. Eu gosto do que eu faço, mas não estou conseguindo sozinha”, lamentou. 
Segundo ela, alguns dos animais que vivem com ela, já não podem mais ser doados pois não se adaptariam em outro lugar. A maioria são gatos, alguns mais ariscos, tirados das ruas e por isso ela prefere cuidar pessoalmente. “O bairro onde moro virou descarte de animais e as pessoas já sabem que eu resgato, acabam deixando na minha porta”, contou. 

No início, ela doava os animais, mas ainda assim, confessa que tinha muito medo de maus tratos. Foi quando decidiu, com a dica de uma amiga que também resgata animais em situação de risco, criar um Termo para garantir que a pessoa que está adotando o animalzinho, se responsabilize integralmente por ele, desde a saúde física, até a psicológica. “Peço fotos, vou cuidando para ter a certeza de que vai ficar tudo bem, porque não adianta nada a gente tirar os animais dos maus tratos e entregar para uma pessoa que não vá cuidar deles”, afirmou.