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Ações do Carrefour caem 4% após assassinato de João Alberto

A rede fechou a última semana com uma leve alta, mas caiu em meio a protestos por Justiça

23 NOV 2020 • POR Sarah Chaves com informações da Agência Estado e Exame • 11h39
Protesto em frente ao Carrefour no Rio de Janeiro após a morte de homem negro em Porto Alegre - Twitter/Marcelo Adnet

As ações do Carrefour Brasil registram queda nesta segunda-feira (23), em baixa superior a 4%, em um dia de alta para o Ibovespa, após fecharam em leve alta na última semana.

Conforme a Agência Estado, às 10h18 (horário de Brasília), os papéis do Carrefour (CRFB3) caíam 4,12%, a R$ 19,56, enquanto o benchmark da bolsa subia 0,79%, a 106.883 pontos no mesmo horário.


O movimento ocorre após uma série de protestos durante o fim de semana após o soldador João Alberto Silveira Freitas, 40 anos, ser espancado e morto por seguranças terceirizados em uma das lojas do supermercado Carrefour em Porto Alegre (RS). Um grupo de manifestantes atacou e incendiou uma loja em São Paulo após a 17ª Marcha da Consciência Negra, que pediu justiça pela morte.

O Carrefour Brasil informou no sábado que as vendas do dia 20 de novembro das lojas Carrefour Hipermercados serão doadas para entidades ligadas à luta pela consciência negra. 

Em um comunicado no horário nobre da TV, o presidente do Grupo Carrefour no Brasil, Noel Prioux, afirmou: “O que aconteceu na loja do Carrefour foi uma tragédia de dimensões incalculáveis, cuja extensão está além da minha compreensão como homem branco e privilegiado que sou. Então, antes de tudo, meus sentimentos à família de João Alberto e meu pedido de desculpas aos nossos clientes, à sociedade e aos nossos colaboradores”. Na sexta, ele havia afirmado no Twitter que haveria uma “revisão completa no treinamento” oferecido pela rede.

O Ministério Público Federal (MPF) defendeu, por meio de nota, que o Carrefour adote medidas de compliance em toda a rede para combate ao racismo, e que a família de João Alberto Freitas seja indenizada. 

De acordo com uma analista ouvida pelo InfoMoney, analistas e investidores vão monitorar a maneira como o Carrefour atuará a partir de agora e como conduzirá o caso, e também a reação da sociedade.