Empresária negou acusações de entregador, mas foi presa por racismo
Mariza impediu a entrada da vítima em seu comércio: "Na minha loja você não entra, seu preto"
16 DEZ 2020 • POR Joilson Francelino • 11h15A empresária Marisa Pereira, 50 anos, presa na quarta-feira (15), depois de impedir a entrada de um entregador, um homem de 52 anos, em sua loja, negou, na delegacia, as acusações de racismo. O fato aconteceu na Primordial Embalagens, da Avenida Coronel Antonino, quando a autora chamou a vítima de preto e disse: “Na minha loja você não entra”.
De acordo com informações da polícia, pelo menos uma testemunha confirmou a denúncia e outras testemunhas foram apontadas. A testemunha disse que que estava nas proximidades do local do fato, quando ouviu a suspeita agir com ar de superioridade trazendo à evidência a cor da pele da vítima e, em seguida, impedir a mesma de entrar no estabelecimento para finalizar a entrega que estava fazendo, para tanto mais uma vez invocando a cor da sua pele.
Marisa, por sua vez, negou as acusações feitas contra si, mas, de acordo com a polícia, o contexto em que os fatos ocorreram somados aos elementos de informação preliminarmente colhidos, especialmente os depoimentos testemunhais, harmônicos à versão trazida pela vítima, levaram à lavratura do flagrante pelo crime em tese tipificado no artigo 20, da Lei 7.716/89 (racismo).
Tratando-se de crime inafiançável (art. 5°, XLII, CF), fiança não foi arbitrada em sede policial, apesar de a suspeita ter bons antecedentes.