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Prefeitos são vacinados contra a Covid e MP apura denúncias

As denúncias foram feitas após foto dos prefeitos sendo vacinados terem circulado a internet

20 JAN 2021 • POR Brenda Assis, com informações G1 • 18h14
Imagem Ilustrativa

O Ministério Público do Piauí informou nesta quarta-feira (20) que está apurando denúncias de que prefeitos do Piauí teriam recebido a primeira dose da vacina contra a Covid-19 sem serem considerados de grupos prioritários definidos pelo Ministério da Saúde.

O MP informou que os promotores das cidades de Guaribas e Uruçuí estão apurando os casos e que irão buscar a Justiça caso os prefeitos tenham recebido as vacinas contrariando a orientação do governo federal e da Secretaria de Estado da Saúde do Piauí.

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional Piauí, Celso Barros, informou que solicitará a todos os municípios piauienses que enviem listas com os nomes das pessoas vacinadas em cada cidade, para que qualquer irregularidade seja investigada. Segundo ele, o gestor pode responder por improbidade administrativa.

Guaribas

Segundo o Ministério Público, o promotor de Justiça José Marques Lages, de Guaribas, instaurou uma Notícia de Fato para averiguar a denúncia e quais medidas podem ser adotadas para responsabilizar possíveis irregularidades cometidas pelo prefeito Joércio de Andrade (MDB).

Uma foto que circula nas redes sociais mostra ele, durante solenidade de entrega das doses da vacina, sendo vacinado na terça-feira (19). Ele, que é agricultor, não está nos grupos prioritários definidos pela Secretaria de Saúde do Piauí.

Uruçuí

Em Uruçuí, o prefeito Dr. Wagner Coelho (Progressistas) foi vacinado e publicou fotos do momento em suas redes sociais.

Ele disse que se vacinou porque se enquadra nas prioridades definidas no plano de imunização. Ele é médico e disse que tem realizado atendimentos durante a pandemia, incluindo pacientes com Covid-19.

Contudo, o promotor de Justiça Edgar Bandeira, de Uruçuí, informou que vai instaurar procedimento administrativo para apurar se a vacinação está ocorrendo de acordo com as orientações e as diretrizes do Ministério da Saúde.


Grupos prioritários

Tanto o Ministério da Saúde quanto a Secretaria de Estado da Saúde do Piauí definiram critérios para os primeiros a serem vacinados, já que não há doses suficientes para todos. No Piauí, os grupos prioritários são:

Trabalhadores da saúde (com prioridade para quem está atuando na linha de frente de combate à Covid)

Pessoas de 60 anos ou mais institucionalizadas;

Pessoas com deficiência institucionalizadas;

População indígena vivendo em terras indígenas

A Sesapi informou ainda que as 61 mil doses que chegaram ao Piauí só serão suficientes para vacinar 34% dos profissionais de saúde, com prioridade para os que estão na linha de frente de combate à Covid. Contudo, a Sesapi informou que não está responsável pela fiscalização do cumprimento dos critérios.

Procurado, o Ministério da Saúde ainda não se posicionou sobre o caso. Denúncias de irregularidades na vacinação podem ser feitos por meio dos canais: pelo Dique Saúde, número 135, ouvidoriageral@saude.gov.br e pelo site da ouvidoria do SUS.

Decretos no Piauí de isolamento social

Para evitar a contaminação pelo vírus, o isolamento social e medidas emergenciais foram determinadas por meio de decretos do governo do estado e das prefeituras, como na capital piauiense, para que a população fique em casa e evite ao máximo ir às ruas.

O uso de máscaras em locais públicos tornou-se obrigatório em todo o estado. Policiais fazem abordagens nas fronteiras do estado a ônibus e veículos particulares. Os decretos preveem que quem descumprir as regras pode ser penalizado com multa ou até prisão.

Prevenção, contágio e sintomas

Lavar as mãos de forma correta, uso de álcool em gel, sempre usar máscaras, evitar contato pessoal e aglomerações de pessoas são algumas das orientações para evitar o contágio da doença.

É importante também ficar atento quanto aos principais sintomas (tosse seca, congestão nasal, dores no corpo, diarreia, inflamação na garganta e, nos casos mais graves, febre acima de 37° C e dificuldade para respirar).