Política

Para tentar reeleição em 2022, Bolsonaro sinaliza filiação a novo partido

Presidente está sem partido desde 2019, após saída do PSL

26 JAN 2021 • POR Gabrielly Gonzalez, com informações do Congresso em Foco • 10h57

Presidente Jair Bolsonaro, atualmente sem partido, sinalizou filiação a um novo partido político para março. Decisão se deu após o chefe do Executivo não conseguir tirar o ‘Aliança pelo Brasil’ do papel.

Com isso, o mandatário passou a negociar a filiação a uma outra legenda para tentar a reeleição em 2022 e também levar aliados a uma nova sigla.

Na segunda-feira (25), Bolsonaro foi questionado sobre o partido em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada. "Em março eu decido: ou decola o partido ou vou ter que arranjar outro", disse o presidente. "Se não decolar, a gente vai ter que ter outro partido, se não, não temos como nos preparar para as eleições de 2022", declarou.

Em 2019, Bolsonaro saiu do PSL após um racha no partido. Parlamentares da legenda se dividiram em uma disputa por espaços internos entre o presidente da República e o presidente nacional da legenda, Luciano Bivar. No ano passado, Bolsonaro passou a oferecer cargos e verbas federais a partidos do Centrão em troca de apoio no Congresso.

Sem partido, Bolsonaro é assediado pelo Centrão para uma filiação. Os convites vieram de integrantes do Progressistas, PL, PTB, Patriota e Republicanos.

Os filhos do presidente, Flávio e Carlos Bolsonaro migraram para o Republicanos, partido ligado à Igreja Universal. Já o presidente da República não disse em qual partido pretende se filiar agora.

Sobre o ‘Aliança pelo Brasil’:

Para tirar um partido do papel, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) exige 492 mil assinaturas recolhidas em todo o País. Apoiadores do presidente tentaram recolher as assinaturas necessárias para as eleições municipais, sem sucesso. A mobilização foi feita em praças e em igrejas evangélicas. Na conversa com apoiadores, Bolsonaro admitiu a dificuldade para cumprir os critérios.

"Muita burocracia, é muito trabalho, certificação de fichas, o tempo está meio exíguo", disse o presidente. "Não é por mim, eu não estou fazendo campanha para 2022, mas o pessoal quer disputar e queria estar em um partido que tivesse simpatia minha”, afirmou.