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Paraguai suspende licitação da ponte de Porto Murtinho

Dinheiro vai cobrir gastos com a pandemia e saúde

14 ABR 2021 • POR Sarah Chaves com informações do ABC Color e MS Gov • 09h34
Mario Abdo Benítez, presidente da República do Paraguai - Reprodução

O presidente da República do Paraguai, Mario Abdo Benítez, informou nesta quarta-feira (14) que ordenou a suspensão da licitação para a construção da  Ponte que ligará a cidade paraguaia de Carmelo Peralta a Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul no lado brasileiro.

Um dia depois de a Câmara dos Deputados do Paraguay ter bloqueado os recursos para despesas socioambientais das empresas binacionais, o presidente ordenou o adiamento da licitação da Ponte. Licitação que começou a dois dias tanto para empresas brasileiras, quanto para empresa paraguaias. A obra, orçada e US$ 82 milhões, será paga com recursos da Itaipu Binacional e é fundamental para o avanço do cronograma de implantação da Rota Bioceânica.

Segundo comunicado de Mario, a suspensão é para redirecionar cerca de US$ 30 milhões que é a sua parte do pagamento da ponte, para financiar as necessidades do sistema de saúde. Além disso, ele justificou o uso do dinheiro os fundos sociais das empresas binacionais, especificamente Itaipu, supostamente iam para a compra de insumos, remédios e construção de hospitais.

Mario disse em conferência, que instituiu o ministro das Obras Públicas, Arnoldo Wiens, a tornar eficaz esta disposição. Wiens, por sua vez explicou que a decisão “está sendo comunicada” ao Brasil, que também pretende investir na construção da ponte. O presidente não descartou a suspensão total da convocação “A prioridade é a saúde”, afirmou.

O ex-ministro, Carlos Marun disse que a atitude é um erro do presidente Mario, pois não se trata de uma decisão unilateral. “Existe um acordo que estabelece que Itaipú Margem Brasileira, pagaria a Ponte da Integração e Itaipú Margem Paraguaia, pagaria a Ponte Bioceânica. Ora, se a Margem Brasileira está pagando a Ponte da Integração, cujas obras encontram-se em estágio avançado, não é cabível que em uma decisão unilateral o Governo Paraguaio adie de forma indefinida o cumprimento da sua parte”, escreveu.

Esta será a terceira união física com o Brasil, depois da Ponte da Amizade (em Ciudad del Este - Foz do Iguaçu) e da Ponte da Integração (Presidente Franco - Foz do Iguaçu), atualmente em construção.